Mudanças entre as edições de "Compartilhamento e Distribuição do Comum - Projeto de Extensão"

De Indisciplinar
Ir para: navegação, pesquisa
(Público estimado)
(Plano de atividades previstas)
Linha 56: Linha 56:
 
   
 
   
 
==Plano de atividades previstas==
 
==Plano de atividades previstas==
Estão previstas reuniões semanais com movimentos sociais, associações e instituições parceiras cabendo na copesquisa militante. Reuniões semanais com o grupo de pesquisadores e extensionistas do Ind.Lab para compartilhamento de experiências, discussão e acompanhamento das pesquisas de suporte. Elaboração e execução de atividades junto às comunidades tais como oficinas, atividades culturais/lazer, capacitação e debates. Participação, acompanhamento e monitoramento de reuniões técnicas, consultas populares e sessões do executivo e legislativo municipal e estadual quando houver relação com as temáticas do projeto.  
+
Estão previstas reuniões semanais com movimentos sociais, associações e instituições parceiras cabendo na copesquisa militante. Reuniões semanais com o grupo de pesquisadores e extensionistas do Ind.Lab para compartilhamento de experiências, discussão e acompanhamento das pesquisas de suporte. Elaboração e execução de atividades junto às comunidades tais como oficinas, atividades culturais/lazer, capacitação e debates. Participação, acompanhamento e monitoramento de reuniões técnicas, consultas e audiências públicas e sessões do executivo e legislativo municipal e estadual quando houver relação com as temáticas do projeto.
  
 
==Plano de acompanhamento e orientação==
 
==Plano de acompanhamento e orientação==

Edição das 10h37min de 26 de março de 2015

Apresentação e justificativa

Compartilhamento e Distribuição do Comum é um dos projetos do programa IND.LAB - Laboratório Nômade do Comum (http://indlab.net), iniciativa do Grupo de Pesquisa do CNPQ sediado na Escola de Arquitetura da UFMG denominado Indisciplinar (http://indisciplinar.com) que busca desenvolver projetos de extensão associados à pesquisa gerando tecnologia social por meio de ações diretas com a sociedade. O projeto também se articula com as disciplinas de graduação URB053 - Projeto Paisagístico e UNI009 - Cartografias Críticas. Este projeto se desenvolve atulamente em 3 bases operacionais:

  1. Rede Verde (Natureza Urbana) http://redeverde.indlab.net; A Rede Verde surge na necessidade de se criar uma teia de lutas pela preservação do ambiente natural em nossas cidades. Parques, praças, jardins, áreas de preservação ambiental são fundamentais para a qualidade de vida e garantem uma vida mais saudável e locais coletivos para que os cidadãos possam viver parte das suas vidas também em espaços de convívio que não sejam necessariamente shoppins, instituições privadas, etc. O direito à vida de qualidade nas cidades deve fazer parte da vida cotidiana de todos!
  2. Lutas Territoriais Urbanas http://lutasterritoriais.indlab.net; Em parceria com o Labic da UFES, juntamente com os professores Fábio Malini e Fábio Gouveia, e também em parceria com o Medialab UFRJ,​ juntamente com a Professora Fernanda Bruno e com participação de Pablo De Soto​, pretende-se mapear as lutas territoriais no Brasil e em toda América Latina para criar topologias de rede ao mesmo tempo que georreferenciamos no Crowdmap a sua a dimensão territorial das lutas. Assim vamos ter uma idéia de como as lutas se comunicam, influenciam umas às outras, para, em processo de cartografia copesquisante, podermos agir auxiliando na criação de novas redes de lutas!, e;
  3. EmBreveAqui. http://embreveaqui.indlab.net. EmBreveAqui busca identificar vazios na RMBH (lotes, terrenos, áreas residuais de infraestrutura urbana, imóveis desocupados, etc.) e ocupá-los com idéias. Esta base operacional se conecta com disciplinas de graduação para receber propostas e idéias que ocupem, não apenas com projetos arquitetônicos e paisagísticos, mas principalmente, com políticas públicas focadas em três áreas de planejamento metropolitano que estão sempre à margem das prioridades de governo e dos interesses de mercado;

1. agricultura urbana; 2. moradia/habitação de interesse social; 3. lazer.

As bases operacionais se dividem por ações práticas de compartilhamento e distribuição de bens comuns do urbano diretamente conectados a temas e interesses de determinados movimentos sociais, associações e instituições parceiras.

O que entendemos por Compartilhamento e Distribuição do Comum?

O compartilhamento de espaços, objetos e práticas cotidianas, entendido aqui como recursos urbanos, tem se mostrado uma alternativa bastante atrativa para a operacionalização do sistema urbano no século XXI que tem como desafio, retroceder na emancipação da natureza para tornar-se viável globalmente. Grandes empresas de tecnologias de informação e comunicação (TIC) como a CISCO, Siemens, IBM, etc. juntamente com a governança pública tem desenvolvido e implementado soluções que se auto elegem como eficientes ou inteligentes. São soluções aplicadas à arquitetura e ao urbanismo que sugerem ambientes inteligentes, condicionados pelas TIC, reativos instantaneamente à uma demanda do ambiente, agenciando recursos e equilibrando o sistema urbano. Em uma breve síntese, o que estas empresas fazem, é abrir uma canal de comunicação onde a informação compartilhada pelos atores envolvidos no processo é distribuída numa interface cibernética que retroalimenta o canal de comunicação criando matrizes de agenciamento bastante complexas. A informação agenciada afeta diretamente o meio ambiente podendo-se se concluir, também, no compartilhamento e distribuição de recursos materiais do ambiente urbano.

Podemos enumerar uma série de experiências práticas e soluções já implementadas e em funcionamento que sugerem uma nova prática de planejamento e gestão urbanos unindo TIC, urbanismo e arquitetura num objeto híbrido que é comercializado frequentemente com o rótulo:"soluções". Esta nova prática sugere uma tendência para entender a cidade como uma espécie de arquitetura da arquitetura, uma solução a nível de metadesign que agencia indivíduos e coisas: edifícios, infraestrutura pública, sistemas de transporte, informação, conhecimento, cultura, saberes populares, consumo, etc. Esse design a nível meta, conectando indivíduos entre si, indivíduos a coisas e coisas com coisas, numa relação sistêmica e dinâmica própria do ambiente urbano vivo é um design sistêmico. Gordon Pask foi quem precisamente identificou e descreveu este processo ao aproximar a arquitetura da cibernética. Sem infraestrutura e política de distribuição de recursos, não há otimização ou até mesmo uso do que é ou pode ser compartilhado. Logo distribuição e compartilhamento interagem de modo sistêmico e interdependente.

O Smart+Connected Personalized Spaces é um exemplo de objeto híbrido, comercializado sob o rótulo "solução" pela CISCO. A flexibilização do espaço e do tempo do trabalho nos últimos anos condicionou escritórios em casa (home office), como conseqüência, surge a demanda por um espaço de suporte para encontros: reuniões, workshops, palestras, etc. A solução da CISCO consiste no agenciamento de espaços de escritórios (arquitetura) que podem ser compartilhados entre diversas empresas e profissionais autônomos. Deste modo, consegue-se uma otimização na localização e disponibilidade de escritórios (urbanismo) resultando numa economia de recursos materiais e energéticos. Estes escritórios compartilhados estão distribuídos em lugares e momentos diversos. Com um aplicativo que pode ser utilizado de um computador ou celular, é possível agendar uma sala, especificando todas as características necessárias: mobiliário, equipamentos, tamanho/número de pessoas, etc. em qualquer bairro, região, cidade ou país. A CISCO ainda fornece uma conexão direta do espaço físico com os servidores da empresa. Desta forma, os projetos que estão sendo desenvolvidos (aplicativos, arquivos, dados, etc.), estarão todos disponíveis para o funcionário na sala agendada, não importando a localização desta sala. Deste modo, a CISCO trabalha uma conexão direta indivíduo/funcionário - material de trabalho - espaço físico, que pode ser ajustado instantaneamente a qualquer lugar, a qualquer momento.

Posto as “soluções inteligentes”, arriscamos a sugerir que uma cidade pode ser tanto o cliente quanto o produto destas soluções. Esta hibridização produto+cliente cria uma relação complexa que anula sutilmente o processo de democratização da arquitetura e do urbanismo tal como posto por Friedman (1975), já que tudo tende a ser um produto ou um bem (não comum) do proprietário do sistema agenciador. Do ponto de vista polítco, percebe-se que as iniciativas empresariais, identificadas, mesmo quando vinculadas ao poder público, visam à reprodução de bens privados e a otimização de recursos em prol do aumento de lucros. Ainda que com motivações ecosustentáveis em pano de fundo, a privatização de bens comuns tal como apontado por Hardt & Negri (2009) é intensificada pelas TIC e revestidas de euforia tecnológica apresentadas como única saída sustentável para o futuro do planeta nas “smart cities".

Percebe-se claramente que a expropriação do comum é potencializada neste processo francamente reconhecido como inovador que aliena o cidadão. Um exemplo cotidiano do que estamos falando é o Facebook que vende dados e estatísticas de monitoramento constante da vida, dos hábitos, dos costumes, dos lugares visitados e dos desejos de cada um dos seus usuário. Isso é devolvido para os próprios usuários em forma de produtos convenientemente elaborados num processo persuasivo de captura das subjetividades individuais, e elaboração de produtos cada vez mais vitais. Logo os usuários, ao compartilhar suas vidas, tornam-se produtos a serem distribuídos para retroalimentar um ciclo produtivo cada vez mais sofisticado e sedutor.

Percebemos, num processo semelhante em escala urbana, que os bens comuns compartilhados pela multidão são capturados e convertidos em propriedades privadas e distribuídos em forma de soluções-produto inteligentes para cidades. Ao identificar esta tendência de atuação prática de grandes empresas que convergem seu conhecimento e se dispõe à apresentar “soluções para as cidades”, nos inserimos criticamente e ativamente nesta prática propondo soluções abertas, livres e democráticas suficientemente para que não se confunda a cidade com um produto-solução a ser comercializado. Deste modo, nos instrumentalizamos ativamente do potencial das TIC para discutir numa abordagem prática e cotidiana, técnicas, metodologias e políticas de empoderamento de práticas comunitárias, coletivas e cidadãs que livremente enriquecem o bem comum contrapondo os recorrentes processos de alienação cidadã. Nesta linha construímos tecnopolíticas, em ações alinhadas com o Marco Civil da Internet, valorizando processos de democratização no meta design do sistema urbano.

Objetivos

Objetivos gerais

Soluções de compartilhamento e distribuição de recursos condicionadas por TIC. Processos formativos que possam politizá-las inserindo em práticas cotidianas em situações de demandas reais. Difundir na prática cultura e ações de tecnopolíticas e democracia apoiados no Marco Civil da Internet.

Objetivos específicos

Compartilhamento e distribuição de recursos urbanos tendo como base operacional a democratização e a sensibilização da informação. Em processo constante de retroalimentação (feedback), a informação é coletada, distribuída e após um processo de politização coletiva retorna alimentando novos processos de idéias e ações coletivas. É objetivo desta ação focar em três áreas de planejamento metropolitano estratégicos; 1. agricultura urbana; 2. moradia/habitação de interesse social; 3. lazer Deste modo busca-se: • observar e analisar criticamente com que grau de engajamento do cidadão, consegue-se compartilhar recursos urbanos considerando limitações políticas, técnicas, econômicas e culturais; • identificar e mapear os bens comuns essenciais à vida do sistema urbano no que tange a agricultura urbana, a moradia e o lazer; • territorializar/espacializar idéias e ações coletivas na RMBH fomentando processos de discussão e elaboração de políticas urbanas; • promover processos educativos junto às comunidades e movimentos sociais de capacitação para uso e domínio das tecnologias de conexão garantindo a autonomia dos indivíduos no desenvolvimento e gestão das ferramentas digitais. • fomentar e discutir tecnopolíticas no meta design das cidades sugerindo um Marco Civil da Cidade.

Metodologia

Partindo de experiências já consolidadas do grupo de pesquisa Indisciplinar em mapeamentos digitais colaborativos feitos em diversos momentos e contextos, utilizaremos como material as plataformas de mapeamento colaborativo ido CrowdMap, plataforma de código livre, desenvolvido pelo USHAHIDI e o Mapa de Vista desenvolvido pelo HackLab. Os mapeamentos colaborativos serão utilizados para criar uma interface intuitiva e sensível de uma base de dados sobre o que é comum e pode ser compartilhado e distribuído na RMBH. É muito importante entender a metodologia de sensibilização de dados como uma maneira de inserir o indivíduo na informação. Quando isso ocorre, provoca-se imediatamente uma reação e consequente diálogo. Deste modo, é necessário também que junto dos mapeamentos sejam elaboradas bases que sensibilizem a informação. Estas bases podem ser por exemplo; vídeos, animações, infográficos, ensaios fotográficos, diagramas e mapas interativos. O mapeamento com a informação sensibilizada poderá se expandir para fins de comercialização alcançando processos de economia solidária e promoção de uma logística de distribuição da produção excedente criando uma conexão direta entre demanda e oferta quando envolver trabalho, a exemplo; as práticas de agricultura urbana e a prestação de serviço. Na aplicação prática das tecnologias de conexão desenvolvidas, vamos promover pequenos cursos de capacitação das comunidade e movimentos sociais para que possam utilizar da melhor forma possível os recursos de mapeamento colaborativo e de conexão digital por meio de aplicações web e aplicações móveis em telefones celulares. Deste modo, pretende-se que as comunidades sejam autônomas tanto no processo de uso quanto na gestão das ferramentas. Em um segundo momento, como desdobramento deste projeto, deslumbra-se a distribuição de equipamentos e recursos de comunicação digital nas comunidades e movimentos sociais tendo como foco a juventude que poderá se capacitar em programação e design de ferramentas. Em resumo, esta pesquisa terá como material base; • mapas colaborativos em plataforma web; • mapas colaborativos integrados a plataforma web por meio de aplicações móveis para Android e IOS; • vídeos e animações; • infográficos e diagramas; • e ensaios fotográficos. Este material será utilizado nos seguintes processos; • conexão de indivíduos, grupos, comunidades e movimentos sociais entorna das práticas de agricultura urbana da RMBH em oficinas de capacitação em conexão digital; • sensibilizar o grupo de produtores quanto a dimensão do movimento metropolitano e possibilidades de geração de renda por meio de processos de economia solidária; • intensificar e potencializar as trocas de experiências, mudas, sementes e técnicas; • conectar o produtor com o consumidor de modo autônomo e solidário.

Forma de avaliação da ação de Extensão

A extensão será avaliada por meio de questionários aplicado aos envolvidos no processo participativo e nas metodologias de produção da ação. Este questionário terá como foco uma análise da abrangência da ação e dos impactos gerados. A avaliação feita pelos estudantes envolvidos no processo também será considerada como meio para se revisar e renovar continuamente a metodologia das ações e será feita continuamente a cada etapa concluída.

Site

http://cdc.indlab.net

Origem do público-alvo

Interno e Externo.

Caracterização do público-alvo

Moradores da RMBH; Alunos e professores da UFMG; Comunidades; Grupos de economia solidária; Movimentos sociais; Grupos de agricultura urbana; Grupos de luta por moradia/habitação de interesse social;

Captação por edital de fomento

Não.

Articulado com política pública

Sim.

Estudantes membros da equipe

Plano de atividades previstas

Estão previstas reuniões semanais com movimentos sociais, associações e instituições parceiras cabendo na copesquisa militante. Reuniões semanais com o grupo de pesquisadores e extensionistas do Ind.Lab para compartilhamento de experiências, discussão e acompanhamento das pesquisas de suporte. Elaboração e execução de atividades junto às comunidades tais como oficinas, atividades culturais/lazer, capacitação e debates. Participação, acompanhamento e monitoramento de reuniões técnicas, consultas e audiências públicas e sessões do executivo e legislativo municipal e estadual quando houver relação com as temáticas do projeto.

Plano de acompanhamento e orientação

O desenvolvimento de todas as atividades será acompanhado pela coordenadora do Projeto, levando em conta a participação dos estudantes nas atividades de capacitação e monitoria e a orientação para a produção de um portfólio/relatório que tem sido montado ao longo de todo o processo. Para o artigo científico, o bolsista contará com a orientação do coordenador, membro da equipe, com sessões mensais de orientação individual. Além disto, o blog e a fanpage do facebook (importante dispositivo de comunicação com a sociedade) serão importante fonte de informação para avaliação online e em tempo real das atividades.

Processo de avaliação

A avaliação do projeto sera realizada através de alguns Indicadores (que contará com o marco zero realizado no primeiro trimestre): Empoderamento dos beneficiários; A capacitação politica, social e de protagonismo dos participantes das atividades desenvolvidas na produção das cartografias criticas trouxeram. ; Analise dos desdobramentos que se deram a partir da realização das oficinas, como exemplo, formação de novos coletivos, associações de bairro, cooperativas e outros; A reutilização da metodologia da produção destas cartografias por outros grupos e pessoas. A repercussão que o produto final teve em relação ao conflito urbano que cumino no

Informações específicas

Infra-estrutura física

Este projeto contará com a infraestrutura física própria do INDlab, laboratório que ocupa o quinto andar da Escola de Arquitetura e possui 5 computadores de mesa, 2 notebooks, uma impressora, 3 câmeras de fotografia e vídeo, uma oficina de marcenaria de mão completa, uma oficina de estamparia completa, uma oficina de tecelagem completa. Também possui mesas, cadeiras, armários e material de funcionamento cotidiano. Eventualmente o projeto poderá utilizar a infra-estrutura disponível na Escola de Arquitetura, sob agendamento, de laboratórios de informática, auditório e salas de aula.

Vínculo com Ensino

Sim.

Vínculo com Pesquisa

Sim.

Público estimado

5.000

Parcerias

As ações de extensão se desenvolvem tendo como centro as agendas dos movimentos sociais, das associações comunitária, associações de moradores/bairros, movimentos sociais, instituições e ONGs. Estes são os principais parceiros do projeto. As pautas destes parceiros alimentam todas as frentes de trabalho da equipe deste projeto. O trabalho conta também com a parceria técnica e a colaboração científica do LABIC da UFES, do MediaLab da UFRJ e de professores do Departamento de Arquitetura da Escola de Minas - UFOP.

Abrangência

Este projeto tem como foco a Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas com algumas ações que se estendem e se conectam com outras regiões do país e da América Latina.

Informações adicionais

Este é um Projeto que pretende ser nômade e estabelecer diversas parcerias com ONGS, grupos sociais, grupos culturais, ocupações, Vilas e favelas, outros grupos de pesquisa, etc.