Urbanismo tático e a produção do comum na metrópole biopolítica
Autores
Marcelo Maia: Professor Doutor do Departamento Urbanismo da Escola de Arquitetura da UFMG, líder do grupo INDISCIPLINAR; marcelo.maia@gmail.com Ana Isabel de Sá: Mestranda do NPGAU/EA/UFMG e pesquisadora do grupo INDISCIPLINAR; isabelanastasia@gmail.com Natacha Rena: Professora Doutora do Departamento de Análise Crítica da Escola de Arquitetura da UFMG; líder do grupo INDISCIPLINAR; natacharena@gmail.com
Resumo
Compreende-se que a contaminação da sociabilidade humana pelas redes digitais de comunicação se manifesta de maneira controversa – que envolve questões como privacidade, vigilância e o fortalecimento de um modelo de urbanização pautado pela conquista de investimentos no cenário global –, diretamente relacionada às transformações em curso nos modos de produção, de trabalho e de consumo. Contudo, se observam também oportunidades para a aplicação desses recursos em iniciativas de articulação cidadã, de cooperação intelectual e de livre disseminação do conhecimento, revelando o potencial democratizante do desenvolvimento tecnológico. O acesso à internet desempenha papel fundamental na consolidação desses fenômenos. Apesar do Brasil apresentar um quadro de acentuada desigualdade social, o acesso aos dipositivos de conexão vem se expandindo em todos os setores da sociedade, atingindo 105 milhões de usuários em 2013. Os principais mecanismos de planejamento urbano vigentes no Brasil atual advogam em defesa da “participação popular” na elaboração de políticas públicas urbanas– prevista no Estatuto da Cidade como diretriz obrigatória à gestão democrática, além de que o Brasil vem demonstrando interesse em estar na vanguarda das políticas públicas para as redes digitais, a partir de ações como a aprovação do Marco Civil da internet e a criação do portal Participa.Br. Nesse sentido, identifica-se grande potencial nas iniciativas identificadas como urbanismo entre pares, arquitetura open source, cidade copyleft, ou wikitetura. Pretende-se aqui apresentar os pricípios téoricos e exemplos práticos baseados na cultura de software aberto e do conhecimento livre próprios do universo informacional que sejam aplicados à produção colaborativa do espaço urbano.
Tópicos para apresentação 1
Slide 1
- inteligência swarm
- arte generativa
- comportamento swarm
- a inteligência emerge na rede (conexões) e não apenas de um indivíduo
- redes sociais
- diversidade
Slide 2
- Intensificação - TICs
- conectividade instantânea e
Tópicos para apresentação 2
Como cada um de nós está lidando/relacionando sua produção com a metrópole biopolítica global?
– Formação de redes
– Conceito de rede adotado: campo de força que mobiliza ações e conecta atores diversos (humanos e não humanos). Caráter performativo e dinâmico, muito mais ferramenta/recurso do que noção de uma estrutura ou representação formal de organismos estáticos. Aproximação das propostas de Latour (Teoria Ator Rede) e do conceito de Diagrama em Deleuze:
"O diagrama revela aqui a sua diferença em relação à estrutura, na medida em que as alianças tecem uma rede flexível e transversal, perpendicular à estrutura vertical, definem uma prática, um procedimento ou uma estratégia, distintos de toda a combinatória, e formam um sistema físico instável, em perpétuo desequilíbrio, em vez de um círculo fechado de troca" (DELEUZE, 2005, p.46)
– Redes digitais de comunicação: noção de "rede sócio-técnica".
– Relação redes e organização da sociedade contemporânea / metrópole biopolítica:
"Hoje, em contrapartida, vemos redes por toda a parte – organizações militares, movimentos sociais, formações empresariais, modelos de migração, sistemas de comunicação, estruturas fisiológicas, relações linguísticas, transmissores neurológicos e até mesmo relações pessoais. Não é que não existissem redes anteriormente ou que a estrutura do cérebro tenha mudado. É que a rede tornou-se uma forma comum que tende a definir a nossa maneira de entender o mundo e de agir nele. E sobretudo, da nossa perspectiva, as redes são a forma de operação das relações cooperativas e comunicativas determinadas pelo paradigma imaterial de produção. A tendência dessa forma comum para se manifestar e exercer sua hegemonia é o que define o período." (HARDT; NEGRI, 2005, p.191)
Como a cartografia enquanto método ou anti-método atravessa a produção do seu grupo de pesquisa/trabalho apresentado?
– Mapa x decalque em Deleuze:
“Ele contribui para a conexão dos campos, para o desbloqueio dos corpos sem órgãos, para sua abertura máxima sobre um plano de consistência. Ele faz parte do rizoma”. Mapas são abertos e conectáveis, desmontáveis, reversíveis; formam “pontos de emergência ou de criatividade”; são performativos e voltados à experiência. (DELEUZE; GUATTARI, 2011) --> Relação mapas e redes
– Copesquisa: vinculação teoria e prática
– Produção de cartografias colaborativas/insurgentes no sentido mais literal do termo: o uso de ferramentas de visualização do território como recurso para abrir/democratizar os processos de transformação da metrópole. A cartografia vista não apenas como meio de representação, mas como método constituinte de territórios, tática que dá forma ao desejo coletivo em relação à cidade e insere no espaço novas camadas da sua experiência.
Urbanismo tático; a utilização da tecnopolítica - exemplos; mostrar e ilustrar. Exemplos do cotidiano de cada grupo de pesquisa. Tecnopolítica tanto na produção tecnológica digital quanto na produção tecnológica low tech.
– Oficinas VAC 2014/2015 – UNI 009 – Em Breve Aqui – MapaCulturaBH (Já fica a deixa para a apresentação seguinte)