Método, ativismo e tecnopolítica na defesa dos bens comuns urbanos
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Em tempos de forte ataque do Estado-capital neoliberal aos bens comuns presentes nos territórios metropolitanos, faz-se necessário o reposicionamento dos modos pesquisar nas universidades, tendo em vista a insuficiência das ações que se limitam à observação e à análise dos fatos, mantendo, com isso, uma distância confortável entre a academia e a vida que emerge das cidades. Apostamos na potência da transformação do pesquisador em ator na complexa rede que se articula em defesa dos comuns urbanos. Tal mudança de posição dialoga com os conceitos desenvolvidos por Latour (2005), na teoria ator-rede (TAR) e com as noções de cartografia propostas por Deleuze e Guattari (1996), assim como com a posição política de Antonio Negri e Michael Hardt (2009).
Tem-se observado a importância crescente da presença da universidade nas disputas territoriais no Brasil, consequentes dos grandes projetos urbanos que ativam políticas urbanas segregatórias, removendo comunidades inteiras, grupos culturais, áreas verdes, destruindo patrimônios e paisagens, para implementar intervenções gentrificadoras. Acreditamos que grupos de pesquisadores devem investigar profundamente as grandes escalas desses projetos, contextualizando melhor as disputas urbanas e inserindo campos de informação que em geral não se fazem presentes.
Propõe-se, portanto, apresentar uma cartografia das principais ações do grupo Indisciplinar nos últimos quatro anos, no intuito de apontar as principais contribuições e limitações de seu processo de trabalho, de maneira a permitir tanto seu aprimoramento em projetos futuros do Indisciplinar, quanto a apropriação e a adaptação do método proposto por outros grupos e pesquisadores interessados em atuar em situações similares.
Cartografías Indisciplinarias. Producción Académica Tecnopolítica del Grupo de Investigación Indisciplinar como actor en las Redes de Luchas Territoriales1 en Belo Horizonte
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En tiempos de fuerte ataque del Estado-capital neoliberal a los bienes comunes presentes en los territorios metropolitanos, se hace necesario el reposicionamiento de los modos de investigar en las universidades, teniendo en cuenta la insuficiencia de las acciones que se limitan a la observación y al análisis de los hechos, manteniendo, con eso, una distancia cómoda entre la academia y la vida que emerge de las ciudades. Apostamos por la potencia de la transformación del investigador en actor en la compleja red que se articula en defensa de los comunes urbanos. Tal cambio de posición dialoga con los conceptos desarrollados por Latour (2005), en la teoría actor-red (TAR) y con las nociones de cartografía propuestas por Deleuze y Guattari (1996), bien como con la posición política de Antonio Negri y Michael Hardt (2009).
Se ha observado la importancia creciente de la presencia de la universidad en las disputas territoriales en Brasil, consecuentes de los grandes proyectos urbanos que activan políticas urbanas segregadoras, removiendo comunidades completas, grupos culturales, áreas verdes, destruyendo patrimonios y paisajes, para implementar intervenciones gentrificadoras. Creemos que los grupos de investigadores deben investigar profundamente las grandes escalas de esos proyectos, contextualizando mejor las disputas urbanas e insertando campos de información que, en general, no se hacen presentes.
Se propone, por lo tanto, presentar una cartografía de las principales acciones del grupo Indisciplinar en los últimos cuatro años, con el intuito de asignar las principales contribuciones y limitaciones de su proceso de trabajo, de manera a permitir tanto su perfeccionamiento en sus proyectos futuros como la apropiación y adaptación del método propuesto por otros grupos e investigadores interesados en actuar en situaciones similares.
Método Cartográfico Indisciplinar: da topologia à topografia do rizoma
Neste artigo, vamos dialogar com o tema A Construção da Informação a partir de três tópicos, tendo como enfoque principal a produção recente do Grupo de Pesquisa Indisciplinar, da Universidade Federal de Minas Gerais, acerca das disputas em curso em diversos territórios de Belo Horizonte. Para isso, desenvolvemos a proposta de um método de trabalho próprio que possibilitasse construir informação articulando as necessidades e as temporalidades das lutas, com as exigências da produção científica/ acadêmica, sempre de maneira coletiva e em rede. No primeiro tópico, "1. Disputa epistemológica em campo", com a discussão sobre os conceitos relativos à informação, ao saber, ao conhecimento e à episteme, tentando ressaltar a maneira como eles são construídos e como as relações de poder atravessam essa construção. Para tal, recorremos ao pensamento de alguns filósofos pós-estruturalistas franceses como Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari e Bruno Latour. Em "2. Produção Indisciplinar: cartografias e tecnopolíticas", apresentaremos algumas das reflexões realizadas, desde o ano de 2012, pelo grupo, sobre a produção da cidade contemporânea. Reflexões essas que nos permitiram sistematizar diretrizes para as cartografias realizadas, elencar as principais dimensões a serem abordadas e organizar nosso repertório de processos e plataformas de trabalho. No tópico "3. Método cartográfico, genealógico e em platôs", discutiremos como a construção coletiva de informação vem sendo desenvolvida pelo Indisciplinar, no intuito de aproximar de maneira coerente os pressupostos teóricos adotados e suas diretrizes metodológicas de pesquisa, constituindo um método operativo para as suas investigações.