INDlab

De Indisciplinar
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Sobre o INDlab

O Programa IND.LAB - Laboratório Nômade do Comum é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa do CNPQ sediado na Escola de Arquitetura da UFMG denominado Indisciplinar (http://blog.indisciplinar.com) e pretende desenvolver projetos de extensão associados à pesquisa gerando tecnologia social através de ações diretas com a sociedade distribuídas em dois eixos metodológicos que se cruzam:

  • 1. Eixo de alta tecnologia pretende desenvolver ações que utilizam a tecnologia digital e as redes na internet com intensidade. Mapas georreferenciados, cartografias críticas colaborativas em rede, aplicativos para celular e outras maneiras de atuar dentro do que compreende como Cidade Instantânea ou Inteligente. Os dispositivos para realização dos projetos com ênfase neste eixo também se encaixam no que denominamos urbanismo performativo. Os projetos de Extensão Projeto de extensão associados a este Programa aqui proposto que ja foram aprovados e estão sendo executados são: Mapeando o comum: Cartografando a Cultura Multitudinária/ Cartografias Emergentes da Cultura; Cartografias Emergentes. Em ambos estão envolvidas também disciplinas de graduação e pós-graduação com vários experimentos sendo desenvolvidos com relação ao uso de plataformas digitais colaborativas para construção de mapas georreferenciados com dados que levantam a cultura, os commons urbanos, enfim, problemas, potencialidades e ações multitudinárias nas metrópoles. As disciplinas são: UNI009_Cartografias Emergentes, que é aberta para toda a universidade, a disciplina ARQ 033 - Projeto Integrado do Design que utilizou de metodologias criadas a partir da extensão para mapear o Bairro de Santa Tereza e leventar seus problemas e potencialidades para que os alunos possam dar soluções coletivas para o bairro.
  • 2. Eixo de baixa tecnologia possui projetos que trabalham principalmente artesanias acreditando que a autogestão dos espaços e de diversas ações colaborativas podem ser desenvolvidas dentro de uma lógica tática de confecção dos próprios utilitários, mobiliário, e arquitetura. A ênfase nas artesanias também pressupões o uso de materiais recicláveis e reutilizados e a produção coletiva dos espaços. O projeto Artesanias do Comum pretende montar 3 laboratórios de confecção artesanal no Espaço Comum Luiz Estrela, que é uma ocupação cultural que conseguiu consessão de uso durante 20 anos. Pretende-se construir mobiliário e coleções de produtos artesanais para serem comercializados dentro dos preceitos da economia solidária. Sobre o Grupo INDISCIPLINAR: é um Grupo de Pesquisa do CNPQ sediado na Escola de Arquitetura da UFMG, e tem suas ações focadas na produção contemporânea do espaço urbano. Considerada o espaço social e os processos de globalização e mundialização - os impasses, questões e potencialidades dela decorrentes - toma-se o urbano em sua capacidade de engendrar singularidades.

A dimensão do comum é a idéia norteadora das práticas do grupo, bem como elemento articulador de sua composição e atuações diversificadas. O grupo é formado por professores, pesquisadores, alunos de graduação e pós- graduação oriundos de diversos campos do conhecimento (Arquitetura, Economia, Geografia, Letras, Direito, Filosofia, Engenharia, Design, Biologia, Sociologia, Antropologia, dentre outros) e de várias instituições acadêmicas (Universidad Javeriana de Bogotá, UFMG, Universidade de Itaúna, Puc Minas, Centros Universitários UNA e UNIbh), profissionais e cidadãos interessados na temática urbana. O grupo articula-se em rede com outras instituições e grupos de pesquisa tais como Práxis (EAUFMG), Pólos da Cidadania (Direito UFMG), Cidade e Alteridade (Direito UFMG) e coletivos diversos como a ONG Real da Rua, Brigadas Populares, Rede Verde, dentre outros. As atividades do grupo compreendem, imbricando-as indissociadamente, teoria e prática, atividades de ensino, pesquisa e extensão (disciplinas, grupos de estudos, publicações, eventos, assessoria técnica, projetos extensionistas e de pesquisa).

Participa também da rede "Tecnopolíticas: territórios urbanos e redes digitais" em parceria com Praxis_UFMG, Democracia Digital_UFMG, MediaLab_UFRJ, Labic_UFES, UNILA, USP, UFOP, IN3_ 15M, P2PFoundation, Universitat Oberta de Catalunya (UOC), Cultura Libre Universidad de Chile, Colegio de México (Colmex), Pontificia Universidad Católica del Ecuador, Javeriana de Bogotá.

Objetivos gerais

Os objetivos dos projetos envolvidos neste programa são produzir tecnologia social reaplicável seja através do uso de alta ou baixa tecnologia. Pretende-se construir um programa a partir de projetos que já estão sendo conduzidos e todos em relação direta com temas urbanos, políticos e sociais atuais. Os projetos pretendem produzir dispositivos de alta e baixa tecnologia como formas de potencializar as ações das comunidades em estado de vulnerabilidade social nas lutas contra hegemônicas.

Objetivos específicos

  • 1. Produção de conhecimento desierarquizado e de instrumentos e dispositivos para ações de resistência ao capitalismo neoliberal que se estende sobre todo o espaço urbano expropriando o comum;
  • 2. Confecção de mapas que envolvem objetivos políticos estratégicos:
    • a) dar visibilidade aos conflitos socioambientais;
    • b) ser instrumento de pressão e denúncia;
    • d) ter um caráter educativo gerando conhecimento e tecnologias sociais através da organização e mobilização;
    • e) contribuir no planejamento das ações que envolvem os movimentos sociais, indicando caminhos estratégicos e parcerias;
  • 3. Confecção de artesanias e de arquitetura tática que possa:
    • f) auxiliar na autogestão dos espaços de produção do comum como os ocupas, as vilas e favelas os espaços culturais, as hortas urbanas, produzindo mobiliário, artesanato, arquitetura de auto -construção; etc.
  • 4. Produção de eventos que envolvam a universidade (ensino, pesquisa e extensão) de maneira indissociada. 5. Produção de livros, revistas e material gráfico contendo artigos e manuais de faça-você-mesmo.

Metodologia

As metodologias desenvolvidas em cada projeto deste programa terão suas estratégias voltadas para as necessidades do projeto naquele momento. Mas de maneira geral todo o processo de produção do conhecimento e de construção das ações deverão conter as noções básicas da tecnologia social. No caso dos projetos envolvendo as cartografias (Cartografias Emergentes e Multitude), que para nós é uma metodologia de pesquisa e ação, pretende-se: documentar, clarear e sintetizar informações, revelar relações, expandir o significado dos dados. Fazer um mapa implica sintetizar e confinar situações complexas e em constante movimento em uma espécie de diagrama. eRsentar a complexidade política e econômica do cotidiano em um plano bidimensional não só remete a questões sociais, mas também à representação geográfica que possuam o espaço físico e territorial como lugar onde a vida se dá. Portanto as ações serão registradas on-line, através de plataformas de mapeamento georreferenciado e blog. Toda a atividade terá como produto peças gráficas, como diagramas e cartografias desenvolvidas a partir de dados coletados e em colaboração com as comunidades locais envolvidas. Alem disto pretende-se através da realização de eventos criar parcerias e conexões com pessoas que possuem a mesma linha de trabalho. No caso dos projetos envolvendo as artesanias, pretende-se criar oficinas de capacitação em artesanato e design aproveitando a nossa vasta experiência em coordenação de projetos como o ASAS - Artesanato Solidário no Aglomerado da Serra (http://projetoasas.org/blog/category/aglomeradas/) e o DESEJACA - Desenvolvimento Sustentável e Empreendedorismo Social no Jardim Canada (http://programadesejaca.wordpress.com). A idéia é produzir artesanias e construir técnicas que possam ser reaplicadas através de manuais e cartilhas que serão disponibilizados para que todos e qualquer um possa criar os produtos através da informação. Toda a produção deste programa deve ter uma noção clara de Copyleft e ativar processos de empoderamento social e autonomia de grupos sociais. As oficinas e laboratórios serão nômades e deverão ter infra-estrutura nômade para atuar em diversas comunidades.

Programa SIEX/UFMG - 500325 - IND.LAB - Laboratório Nômade do Comum

Projeto - 401964 - Mapeando o Comum: Cartografando a Cultura Multitudinária

https://sistemas.ufmg.br/siex/AuditarProjeto.do?id=32241

Projeto - 401860 - Cartografias Emergentes

https://sistemas.ufmg.br/siex/AuditarProjeto.do?id=34053

O projeto de extensão denominado CARTOGRAFIAS EMERGENTES procura investigar a neoliberalização da política urbana em curso em Belo Horizonte através da produção de cartografias colaborativas por meio da construção de uma rede de protagonismo comunitário e cidadão utilizando processos participativos de construção de mapas e cartografias através de oficinas e workshops. Estes pretendem revelar espacialmente fenômenos urbanos socialmente segregadores, característica esta muito forte nas cidades contemporâneas e, neste caso, RMBH está totalmente inserido neste processo excludente. As ações são registradas on-line, através de plataformas de mapeamento georreferenciado e blog. Toda a atividade tem como produto peças gráficas, como diagramas e cartografias desenvolvidas a partir de dados coletados e em colaboração com as comunidades locais envolvidas. Este projeto procura, portanto, além de construir conhecimento coletivamente através do método da copesquisa cartográfica, investigar as políticas urbanas neoliberais em processo na cidade a partir de uma avaliação crítica das experiências de aplicação. A proposição de projetos de extensão faz parte das diretrizes gerais do Grupo de Pesquisa certificado no CNPQ intitulado INDISCIPLINAR (www.indisciplinar.com). Este é um projeto de extensão envolvido diretamente com as diretrizes conceituais e práticas do grupo e objetiva-se investigar, através de inúmeros processos de elaboração e síntese de dados, e inúmeros contatos com as comunidades em estado de vulnerabilidade social envolvidas ou movimentos sociais, ambientais e culturais, a produção contemporânea do espaço em seus múltiplos platôs. Considerada a mundialização - os impasses e potencialidades decorrentes - , e os processos constitutivos do espaço social, toma-se o urbano em sua capacidade de fazer pensar e forçar criar singularidades. Neste sentido, a dimensão do Comum e a produção da Diferença são norteadores dos estudos e práticas propostas aqui. Portanto, é desenvolvido um trabalho relacionado diretamente a problemas reais e atuais e se estabelece em diversas frentes associadas a outros projetos do Programa Ind.Lab: 1. Mapeando o comum: http://mappingthecommons.net/pt/mondo/ Mapeando o Comum em Belo Horizonte: http://mappingthecommons.net/pt/belo-horizonte/ Wiki: http://wiki.indisciplinar.com/index.php… 2. Atlas das Insurgências Multitudinárias Wiki: http://wiki.indisciplinar.com/index.php… Notícias: http://blog.indisciplinar.com/?s=atlas+das+insurgências 3. Cartografias da Cultura Fanpage: https://www.facebook.com/mapaculturabh?fref=ts Mapa territorializado Cultura BH: https://culturabh.crowdmap.com/ Wiki: http://wiki.indisciplinar.com/index.php… 4. Natureza Urbana: Fanpage do projeto:: https://www.facebook.com/pages/Natureza-Urbana/1499953156920901?fref=ts Mapa territorial georreferenciado Natureza Urbana: https://naturezaurbana.crowdmap.com/?hc_location=ufi 5. Lutas Territoriais: Fanpage: https://www.facebook.com/pages/Lutas-Territoriais/1565948407010284?fref=ts, Mapa territorializado: https://cartografiadaslutasterritoriais.crowdmap.com/ Wiki: http://wiki.indisciplinar.com/index.php… 6. OUCs e PPPs Blog: http://oucbh.indisciplinar.com/ Fanpage: https://www.facebook.com/pages/OUC-ACLO-_-Nova-Bh/1587393064840548?fref=ts Wiki: http://wiki.indisciplinar.com/index.php?title=OUC 7. Artesanias do Comum Fanpage: https://www.facebook.com/artesaniasdocomum?fref=ts Wiki: http://wiki.indisciplinar.com/index.php… 8. Urbanismo Biopolítico Mapa territorializado: https://urbanismobiopolitico.crowdmap.com/ Wiki: http://wiki.indisciplinar.com/index.php… 11. rede TECNOPOLÍTICAS: Territórios Urbanos e Redes Digitais Fanpage: https://www.facebook.com/tecnopoliticasVAC2015?fref=ts Wiki: http://wiki.tecnopoliticas.com/index.php… 12. Eventos http://blog.indisciplinar.com/eventos-2/

Objetivos gerais

Pensar e atuar na cidade a partir do método cartográfico é o objetivo. Pressupõem-se agir ao investigar, construir mundos. Os principais territórios cartografados neste projeto são os espaços urbanos em vulnerabilidade social e segregação espacial desenvolvendo processos de trabalho que cruzam teoria e prática, assim como constituem processos de investigação ativa e participativa constituindo redes de resistências junto aos movimentos sociais nos campos das disputa pelo território urbano.

Objetivos específicos

A produção de mapeamentos pode envolver objetivos políticos fundamentais e estratégicos para sua confecção: a) dar visibilidade aos conflitos socioambientais; b) ser instrumento de pressão e denúncia; d) ter um caráter educativo gerando conhecimento e tecnologias sociais através da organização e mobilização; e) viabilizar uma leitura engajada de dados oficiais; f) contribuir no planejamento das ações que envolvem os movimentos sociais, indicando caminhos estratégicos e formação de redes. A metodologia participativa engendrada pelo método cartográfico gera um aprendizado que potencializa a percepção espacial associada à experiência militante. Quando se tem presente no mapa um conjunto de fatores, os envolvidos na produção estão aprendendo e multiplicando novas formas de pensar para fazer pensando o/com o espaço. Faz parte da cartografia um posicionamento político, sentido diferente das cartografias convencionais que acompanham, por exemplo, projetos de planejamento urbano com discurso da neutralidade. Um dos objetivos deste projeto é apostar nas cartografais como um meio para a atuação em rede junto aos movimentos sociais e outros diversos actantes das lutas urbanas. A importância neste sentido destas cartografias está presente em diversas frentes de investigação dentro e fora do país. Institutos, ONGs, Universidades e coletivos de arte, arquitetos, urbanistas, ativistas, geógrafos, dentro muitos outros atores.

Metodologia

O Projeto de Extensão CARTOGRAFIAS EMERGENTES foi elaborado à partir de uma série de demandas ao Grupo de Pesquisa INDISCIPLINAR para que seus pesquisadores apoiassem o desenvolvimento de estratégias de comunicação que dessem visibilidade às lutas por direitos urbanos. Em geral são demandas que tratam de produção de informação sobre legislação urbana, relações espaciais envolvendo o público e o privado, o direito à habitação, o direito à cidade, ao uso do espaço público e à função social da propriedade. Acredita-se ser possível utilizar o método cartográfico através da produção de cartografias emergentes enquanto ação de investigação engajada, ou seja, enquanto copesquisa militante que não separa teoria da prática e agencia atravessamentos de múltiplas ordens possuindo uma tendência política na qual a produção de conhecimento e o ativismo se sobrepõem. Observa-se que a origem da proposta de utilização da cartografia enquanto método de copesquisa, passa pelo conceito de cartografia em Deleuze e Guattari (1995) que é um dos princípios do conceito de rizoma, em oposição à decalcomania. Nos processos cartográficos predominam insurgências em planos de imanência, potências em fluxo que se encontram, conectando mundos e modos de vida. Entende-se aqui a cartografia não somente como método da geografia clássica territorial, mas como tática micropolítica cotidiana composta pela ação política; um fazer insurgente, dinâmico, sempre processual e criativo. Acredita-se, portanto, que o método cartográfico possa contribuir para a configuração de processos constituintes, nos quais possamos vislumbrar maneiras de mapear, de registrar e de criar novas realidades, de forma colaborativa. Unindo o método da copesquisa com o método cartográfico, acredita-se na realização de uma copesquisa cartográfica fazendo aflorar as diferenças, os antagonismos, as singularidades, os híbridos, as complexidades e o que escapa ao modo capitalista de subjetivação e de produção espacial. É possível imaginar também a cartografia para além de ser um método de investigação que envolve uma experiência cotidiana, dissolvendo as relações entre micro e macropolítica e existindo como um dispositivo que compõe as metodologias e as estratégias como maquinação e agenciamento de ações de copesquisa cartográfica. Artigos, textos, manifestos e declarações, conceitos e teorias surgem ao longo do trabalho e não possuem um tempo exato dentro da copesquisa. O método de ação do projeto em conjunto com os movimentos parte sempre da participação do nosso grupo nas dinâmicas políticas, sociais e espaciais vigentes na Região Metropolitana de Belo Horizonte e de como as forças se articulam. Ao longo dos últimos 4 anos muitas ações extensionistas foram realizadas junto a movimentos ambientais e sociais em Belo Horizonte e envolviam apoio tecnopolítico como a construção de fanpages, mapas georreferenciados. O foco de toda metodologia é a produção de plataformas tecnopolíticas que conectem as redes e as ruas.

Projeto - 402050 - Artesanias do Comum

https://sistemas.ufmg.br/siex/AuditarProjeto.do?id=34075


Artesanias do comum é um projeto extensionista, vinculado ao Programa IND.LAB_Laboratório Nômade do Comum, pertencente ao grupo INDISCIPLINAR, grupo de pesquisa do CNPQ sediado na Escola de Arquitetura da UFMG, que tem suas ações focadas na produção contemporânea do espaço urbano. Seus integrantes são professores, pesquisadores, alunos de graduação e pos-graduação oriundos de diversos campos do conhecimento ( Arquitetura, Economia, Geografia, Letras, Direiro, Filosofia, Engenharia, Design, Sociologia, Biologia, Antropologia, dentre outros) e de várias instituições acadêmicas no Brasil (UFMG, Universidade de Itaúna, PUC Minas, Centros Universitários UNA e UNIBH) e no exterior (Pontifícia Católica de Quito-Equador, Universidad Javeriana de Bogotá). Em suma, múlltiplas frentes de trabalho transversais umas às outras estão envolvidas neste projeto, desde disciplinas na graduação e na pós-graduação da Escola de Arquitetura, quanto parcerias com outras universidades em Portugal, na Espanha, no Equador e na Colômbia. Vale ressaltar que as atividades do grupo compreendem de maneira indissossiável teoria e prática, ensino-pesquisa e extensão. Partimos do entendimento que apesar das forças hegemônicas de produção, baseadas exclusivamente na lógica da indústria e da ciência, cujo foco principal é o mercado, há uma invenção potente no cotidiano, engendrada taticamente pelos moradores, para resolver questões pertinentes à produção social do espaço, seja na escala do corpo, da moradia e/ou da cidade. Inspirados em Boaventura de Souza Santos, denominamos essas ações de Artesanias e apostamos na importância do seu mapeamento e na identificação de seus pressupostos de produção (autoconstrução/autoprodução, reutização de de materiais descartados, associação de materiais diferentes ou de diferentes tamanhos por meio de engenhosas conexões no intuito de adaptar esses materiais às finalidades que se pretende; etc.). Essas artesanias se aproximam das invencões do cotidiano teorizadas pelo Michel de Certeau (1994) e do saber-fazer do artífice explicitado por Sennett (2009). Outro conceito que nos é caro é o conceito do comum, entendido aqui como sendo o “excedente que não pode ser expropriado pelo capital nem capturado na arregimentação do corpo político global” (HARDT; NEGRI,2005, p.275), que se manifesta por meio de revoltas globais, mas também por “práticas, linguagens, condutas, hábitos, formas de vida e desejos”. Por fim, temos como balizas teóricas os pressupostos da economia solidária e da tecnologia social, e, por isso, os textos do Roberto Dagnino e Paul Singer serão algumas de nossas referências. E para entender as várias organizações de produção e troca nas sociedades, recorreremos aos textos de Karl Polanyi (A grande transformação e A subsistência do homem). Imbuídos desses conceitos, nosso objetivo nesse projeto é o de potencializar práticas urbanas e arquitetônicas nas quais as artesanias e a produção do comum estejam presentes, a partir de uma cartografia ampla de seus procedimentos e pressupostos, tendo como horizonte o projeto e/ou a construção de dispositivos arquitetônicos e urbanos que possam fortalecer uma rede de produção e troca baseada na solidariedade e no compartilhamento de saberes científicos e cotidianos, atravessados simultaneamente por questões e decisões políticas e poéticas.

Objetivos gerais

O objetivo deste projeto é potencializar invenções já em ação no território, produzida a partir das emergências do cotidiano, seja na escala do corpo, da moradia ou da cidade. Esse processo será desencadeado por meio de uma cartografia e de uma coopesquisa direta com os atores dessa produção, dando enfâse àqueles que estão associadas aos movimentos sociais que lidam com temas urbanos e políticos da atualidade (ocupações urbanas, vendedores ambulantes, artistas de rua, agricultura urbana, etc). P

Objetivos específicos

- Cartografar a produção do espaço engendrada pelos moradores no seu cotidiano, seja na escala do corpo, da moradia ou da cidade. - Cartografar os conflitos socioambientais e as emergências que desencadeiam essa produção. - Cartografar os coletivos de arte, arquitetura e design que atuam na esfera do urbanismo tático tanto no Brasil, quanto na Iberoamérica (Plataforma Urbanismo Biopolítico); - Cartografar as relações econômicas em jogo, buscando identificar: as moedas correntes (financeiras ou não), as formas de propriedade (individuais, coletivas, compartilhadas, etc), as relações de troca (permuta, venda , aluguel, emprestimo, doação, etc), os contratos sociais em jogo; - Cartografar os atores humanos e não humanos dessa produção: pessoas envolvidas e suas habilidades; materiais e ferramentas em ação; lojas e depósitos de materais; pontos de descarte e coleta de materiais; etc. - Produzir um inventário das cartografias desenvolvidas não só no intuito de dar visibilidade à essa produção, como também transformar o entendimento que comumente se tem sobre essa produção como algo negativo, sem valor, irracional. - Produzir objetos e dispositivos urbanos e arquitetônicos (mobiliário, equipamentos urbanos, vestimentas, moradias, etc) a partir do encontro dos saberes cotidianos e acadêmicos que possam auxiliar na autogestão dos espaços de produção do comum (ocupações urbanas, ocupações culturais, vilas, favelas). - Organizar material gráfico (livros e revista, cartilhas e

Metodologia

As metodologias desenvolvidas nesse projeto incluem: - Interlocução direta (reuniões, rodas de conversa, etc) com os moradores de territórios de conflito socioambiental, nos quais, apesar da pobreza material e da vulnerabilidade social presentes ali, é possível identificar engenhosas soluções para as emergências e urgências postas no cotidiano. -Cartografias e coopesquisa para o mapeamento dos atores humanos e não-humanos envolvidos na produção dos inventos do cotidiano e das relações sociais e econômicas em ação no território. - Cartografia dos coletivos de arte, arquitetura e design que atuam na esfera do urbanismo tático tanto no Brasil, quanto na Iberoamérica utilizando a plataforma georreferenciada (crowdmap) denominada Urbanismo Biopolítico: https://urbanismobiopolitico.crowdmap.com (aqui estão envolvidos uma pesquisa de Pós-doutorado desenvolvido na Espanha e um TCC realizado na Colômbia; - Oficinas/workshops de capacitação e trocas de saberes tendo como pressupostos: processo de decisão e projetação horizontal compartilhado, tecnologia social e economia solidária. Em suma, pressupostos para a produção do comum. - Processo intinerante e nômade para a realização das oficinas no intuito de facilitar a participação dos moradores dos territórios parceiros e de afirmar o reconhecimento de lugares de produção de saberes para além daqueles usualmente credenciados pela ciência e pela academia. - Produção de cartilhas e manuais em redes sociais e eventos, em linguagens acessíveis, visando uma divulgação ampla do material produzido (copy left) e a autonomia de produção dos futuros interessados na informação compartilhada. - Todo o processo visa o empoderamento e autonomia dos grupos sociais envolvidos, como também a transformação dos proprios pesquisadores (alunos e professores) quando em contato com a prática da extensão.

Projeto - 402311 - Compartilhamento e Distribuição do Comum

https://sistemas.ufmg.br/siex/AuditarProjeto.do?id=27607

O compartilhamento de espaços urbanos (praças, ruas, parques, rios, nascentes, etc.), objetos (coisas, ferramentas e infraestrutura) e práticas cotidianas, entendido aqui como recursos urbanos, tem se mostrado uma alternativa necessária para instrumentalizar o planejamento urbano contemporâneo. Como consequência, imaginamos que o compartilhamento destes recursos poderia indiretamente promover uma redução do consumo, trazendo resultados positivos num equilíbrio entre demanda e consumo, conquistando sistematicamente um equilíbrio social e econômico. Grandes empresas de tecnologias de conexão como a CISCO, Siemens, IBM, etc. juntamente com a governança pública tem desenvolvido e implementado soluções eficientes e notáveis aplicadas à arquitetura e ao urbanismo. Já podemos enumerar uma série de experiências práticas e soluções já implementadas e em funcionamento em algumas cidades que tem sugerido uma nova prática de planejamento e gestão urbanos. Esta nova prática sugere uma tendência a se pensar a cidade como uma espécie de arquitetura da arquitetura, uma solução a nível de metadesign que agencia indivíduos e coisas: edifícios, infraestrutura pública, sistemas de transporte, informação, conhecimento, cultura, saberes populares, consumo, etc. conectando-os aos indivíduos numa relação sistêmica e dinâmica própria do ambiente urbano vivo. Este agenciamento é a base de uma infraestrutura leve que faz a distribuição dos recursos. Sem infraestrutura e política de distribuição de recursos, não há otimização ou até mesmo uso do que é ou pode ser compartilhado. Ao identificar esta tendência de atuação prática de grandes empresas que convergem seu conhecimento e se dispõe à apresentar “soluções para as cidades” , pretendemos nesta pesquisa nos inserir criticamente e ativamente nesta prática. Do ponto de vista polítco, percebe-se que as iniciativas empresariais, indentificadas, mesmo quando vinculadas ao poder público, visam à reprodução de bens privados e a otimização de recursos em prol do aumento de lucros. Ainda que com motivações ecosustentáveis em pano de fundo, a privatização de bens comuns tal como apontado por Hardt & Negri (2009) é intensificada pelas tecnologias de conexão e revestidas de euforia tecnológica apresentadas como única saída sustentável para o futuro do planeta. Percebe-se claramente que a privatização de bens comuns é potencializada neste processo francamente reconhecido como inovador pela sociedade e assimilado sem uma postura crítica e política cidadã. Portanto, esta pesquisa assume, entende criticamente e se instrumentaliza ativamente do potencial das tecnologias de conexão para discutir numa abordagem prática e cotidiana, técnicas, metodologias e políticas de empoderamento de práticas comunitárias, coletivas e cidadãs que livremente criam o bem comum contrapondo os recorrentes processos de privatização do comum.

Objetivos gerais

Soluções de compartilhamento e distribuição de recursos condicionadas por tecnologias de conexão. Processos formativos que possam politizá-las inserindo em práticas cotidianas em situações de demandas reais.

Objetivos específicos

O compartilhamento e a distribuição é feita tendo como base a democratização e a sensibilização da informação. Em processo constante de retroalimentação/feedback, a informação é coletada, distribuída e após um processo de politização coletiva retorna para o sistema alimentando novos processos em idéias e ações coletivas. É objetivo desta ação focar em três áreas de planejamento metropolitano estratégicos; 1. agricultura urbana; 2. moradia/habitação de interesse social; 3. lazer Deste modo busca-se: • observar e analisar criticamente com que grau de engajamento do cidadão, consegue-se compartilhar recursos urbanos considerando limitações políticas, técnicas, econômicas e culturais; • identificar e mapear os bens comuns essenciais à vida do sistema urbano no que tange a agricultura urbana, a moradia e o lazer; • territorializar/espacializar idéias e ações coletivas na RMBH fomentando processos de discussão e laboração de políticas urbanas; • promover processos educativos junto às comunidades e movimentos sociais de capacitação para uso e domínio das tecnologias de conexão garantindo a autonomia dos indivíduos no desenvolvimento e gestão das ferramentas digitais.

Metodologia

Partindo de experiências já consolidadas do grupo de pesquisa Indisciplinar em mapeamentos digitais colaborativos feitos em diversos momentos e contextos, utilizaremos como material as plataformas de mapeamento colaborativo instrumentalizados pelo CrowdMap, plataforma de código livre, desenvolvido pelo USHAHIDI e o Mapa de Vista desenvolvido pelo HackLab. Os mapeamentos colaborativos serão utilizados para criar uma interface intuitiva e sensível de uma base de dados sobre o que é comum e pode ser compartilhado e distribuído na RMBH. É muito importante entender a metodologia de sensibilização de dados como uma maneira de inserir o indivíduo na informação. Quando isso ocorre, provoca-se imediatamente uma reação e consequente diálogo. Deste modo, é necessário também que junto dos mapeamentos sejam elaboradas bases que sensibilizem a informação. Estas bases podem ser por exemplo; vídeos, animações, infográficos, ensaios fotográficos, diagramas e mapas interativos. O mapeamento com a informação sensibilizada poderá se expandir para fins de comercialização alcançando processos de economia solidária e promoção de uma logística de distribuição da produção excedente criando uma conexão direta entre demanda e oferta quando envolver trabalho, a exemplo; as práticas de agricultura urbana e a prestação de serviço. Na aplicação prática das tecnologias de conexão desenvolvidas, vamos promover pequenos cursos de capacitação das comunidade e movimentos sociais para que possam utilizar da melhor forma possível os recursos de mapeamento colaborativo e de conexão digital por meio de aplicações web e aplicações móveis em telefones celulares. Deste modo, pretende-se que as comunidades sejam autônomas tanto no processo de uso quanto na gestão das ferramentas. Em um segundo momento, como desdobramento deste projeto, deslumbra-se a distribuição de equipamentos e recursos de comunicação digital nas comunidades e movimentos sociais tendo como foco a juventude que poderá se capacitar em programação e design de ferramentas. Em resumo, esta pesquisa terá como material base; • mapas colaborativos em plataforma web; • mapas colaborativos integrados a plataforma web por meio de aplicações móveis para Android e IOS; • vídeos e animações; • infográficos e diagramas; • e ensaios fotográficos. Este material será utilizado nos seguintes processos; • conexão de indivíduos, grupos, comunidades e movimentos sociais entorna das práticas de agricultura urbana da RMBH em oficinas de capacitação em conexão digital; • sensibilizar o grupo de produtores quanto a dimensão do movimento metropolitano e possibilidades de geração de renda por meio de processos de economia solidária; • intensificar e potencializar as trocas de experiências, mudas, sementes e técnicas; • conectar o produtor com o consumidor de modo autônomo e solidário.

Gestão INDlab

Gestão INDlab 2015

Produção IND.lab 2015

Produção INDlab 2015