Biopolítica

De Indisciplinar
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o poder que é exercido sobre a vida (perspectiva negativa como introduzida por Foucault) ou as formas de exercício de poder da vida (perspectiva positiva como reconsiderada por Deleuze e apropriada pelos italianos Hardt e Negri).

Esse contexto seria devido ao fato de o poder Imperial, através do capitalismo cognitivo, abarcar tudo aquilo que representaria o comum numa estratégia biopolítica, ou seja, as linguagens, símbolos, imagens, enfim, todos os meios compartilhados pelos indivíduos, através dos quais estes tornam-se capazes de se comunicar e de, assim, produzir algo em sociedade. “Nesse sistema todo o tempo é produtivo e o comum que compartilhamos serve de base para a produção futura, numa relação expansiva em espiral”, pois só podemos nos “comunicar e criar colaborativamente utilizando linguagens, símbolos, idéias que constituem novas imagens, símbolos, idéias e relações comuns. (…) essa relação entre a produção, a comunicação e o comum é a chave para entender toda atividade social e econômica” (HARDT; NEGRI, 2005: 256-257) própria do capitalismo pós-fordista, cognitivo, imaterial. A ampliação desta acepção de biopolítica por Hardt e Negri situam o conceito como algo que acontece plenamente na sociedade de controle, na qual o poder subsume toda a sociedade, suas relações sociais e penetra nas consciências e corpos. Sendo assim, as subjetividades da sociedade civil são absorvidas no Estado, que se torna Estado-capital global. Mas a consequência disso é a explosão dos elementos previamente coordenados e mediados na sociedade civil. As resistências deixam de ser marginais e tornam-se ativas no centro de uma sociedade que se abre em redes; os pontos individuais são singularizados em mil platôs (HARDT; NEGRI, 2001: 44). Isso significa que o poder desterritorializante que subsume toda sociedade ao capital, ao invés de unificar tudo, cria paradoxalmente um meio de pluralidade e singularização não domesticáveis.

Ver também: Capitalismo Cognitivo