Mudanças entre as edições de "Atlas das Insurgências"
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− | ''Construir um Atlas da multidão é cartografar as resistências no espaço e no tempo. Observa-se que as manifestações multitudinárias, fora da lógica do Estado ou do mercado, compõem um conjunto crescente de produção do comum em Belo Horizonte e no mundo desde o início do seculo XXI. Para enxergamos melhor essas ações que vêm construindo um conjunto de resistências à expropriação do comum em nossa cidade, decidimos construir um atlas. Acredita-se que as novas resistências são da ordem do multidão, da positividade e não da negatividade. Elas não se configuram em uma unidade, como é o povo do Estado-nação, nem em massa ou consumidor do mercado. A multidão é um projeto de produção do comum e, portanto, produz novos modos de vida que resistem ao capitalismo contemporâneo neoliberal. Ela não age na lógica do Estado socialista, nem do capital neoliberal, ela é da ordem do comum e, portanto, da auto-gestão e da autonomia. A multidão não é apenas espontaneidade, ela é potência de auto-organização. Sua estrutura é rizomática e se constitui em rede exercendo um trabalho vivo afetivo, recusando toda forma de ordenação vertical.”'' | + | ''"Construir um Atlas da multidão é cartografar as resistências no espaço e no tempo. Observa-se que as manifestações multitudinárias, fora da lógica do Estado ou do mercado, compõem um conjunto crescente de produção do comum em Belo Horizonte e no mundo desde o início do seculo XXI. Para enxergamos melhor essas ações que vêm construindo um conjunto de resistências à expropriação do comum em nossa cidade, decidimos construir um atlas. Acredita-se que as novas resistências são da ordem do multidão, da positividade e não da negatividade. Elas não se configuram em uma unidade, como é o povo do Estado-nação, nem em massa ou consumidor do mercado. A multidão é um projeto de produção do comum e, portanto, produz novos modos de vida que resistem ao capitalismo contemporâneo neoliberal. Ela não age na lógica do Estado socialista, nem do capital neoliberal, ela é da ordem do comum e, portanto, da auto-gestão e da autonomia. A multidão não é apenas espontaneidade, ela é potência de auto-organização. Sua estrutura é rizomática e se constitui em rede exercendo um trabalho vivo afetivo, recusando toda forma de ordenação vertical.”'' |
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Edição das 13h01min de 23 de abril de 2019
"Construir um Atlas da multidão é cartografar as resistências no espaço e no tempo. Observa-se que as manifestações multitudinárias, fora da lógica do Estado ou do mercado, compõem um conjunto crescente de produção do comum em Belo Horizonte e no mundo desde o início do seculo XXI. Para enxergamos melhor essas ações que vêm construindo um conjunto de resistências à expropriação do comum em nossa cidade, decidimos construir um atlas. Acredita-se que as novas resistências são da ordem do multidão, da positividade e não da negatividade. Elas não se configuram em uma unidade, como é o povo do Estado-nação, nem em massa ou consumidor do mercado. A multidão é um projeto de produção do comum e, portanto, produz novos modos de vida que resistem ao capitalismo contemporâneo neoliberal. Ela não age na lógica do Estado socialista, nem do capital neoliberal, ela é da ordem do comum e, portanto, da auto-gestão e da autonomia. A multidão não é apenas espontaneidade, ela é potência de auto-organização. Sua estrutura é rizomática e se constitui em rede exercendo um trabalho vivo afetivo, recusando toda forma de ordenação vertical.”
O Atlas das Insurgências Multitudinárias foi parte do evento Cartografias do Comum, em parceria com o Espaço do Conhecimento da UFMG. No atlas, cartografou-se as insurgências multitudinárias em BH no tempo que vai de 2007 a 2014: a resistência da multidão ao Estado-capital com surgimento de movimentos socioculturais, ocupações, marchas, carnavais, assembléias populares. Num painel de 9,00 metros de comprimento foi construída a base da linha do tempo através de colagens de papéis quadriculados de variadas tramas, cores e tamanhos sugerindo, assim, um skyline. A linha que segue os anos feitos por desenho à mão em papel kraft foi marcada por fitas métricas. E por fim, as intervenções foram feitas por colagens de fotos, post-its, panfletos, cartazes, adesivos, recortes de revista, xérox, e desenho a mão.
O mapeamento das insurgências e suas respectivas datas foi feito de maneira coletiva em documento aberto e a base principal de dados utilizada foi o Facebook, além de termos incorporadas as intervenções deixadas por visitantes através de post-its. Dessa forma, a linha esteve em construção durante todo o processo, ganhando maior visibilidade na imensa concentração de interferências, cores e marcas em 2013, com as jornadas de junho.
Vídeo sobre o processo de montagem da expo: https://www.youtube.com/watch?v=3NLsMsfhGdI