Mudanças entre as edições de "Gentrificação"
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− | é a valorização acelerada de alguma área da cidade cujos residentes não têm poder aquisitivo elevado o suficiente para se manter nessa área. este processo tende a prejudicar os inquilinos e os proprietários de imóveis que não desejam sair da região e vender suas casas ou apartamentos, mas ao mesmo tempo não conseguem arcar com aumentos muito fortes do IPTU, que passa a acompanhar os novos valores praticados na área. é um processo comum nas vizinhanças de grandes projetos urbanos, que aumentam preços de imóveis em suas redondezas devido à maior procura por estes imóveis. tende a afetar bairros mais tradicionais e já consolidados. | + | '''O que é gentrificação?''' |
− | + | "O termo gentrificação provém da palavra inglesa gentry, originalmente usada para designar a pequena nobreza ou os proprietários de terra. Otermo refere-se ao fenômeno de deslocamento da população original de uma área urbana em prol da sua posterior ocupação por outro setor populacional, de classe econômica geralmente muito mais alta, cuja visão, apreensão e vivência da cidade mostram-se normalmente diversas daquelas apresentadas pelos habitantes originários. O termo pode também ser entendido como “aburguesamento” ou “enobrecimento” das áreas populares de uma cidade, que têm assim, suas características originais totalmente transformadas. Na sociedade capitalista, a acumulação de capital é a força que motiva todas as ações e sendo assim, na sociedade contemporânea, o desenvolvimento urbano e a urbanização são manifestações espaciais diretas do processo de acumulação de capital. Nesse contexto, a cidade deixou de ser apenas uma das partes no processo de acumulação e tornou-se um espaço organizado para o investimento capitalista e acontece de forma desigual. Estes processos de gentrificação são em geral desenvolvidos por parcerias entre governos e investidores e são viabilizadas principalmente pelas parcerias público-privadas, seguindo preceitos do planejamento estratégico. No Brasil, as parcerias público-privadas voltadas para a realização de planos urbanos gentrificadores são viabilizadas pelo instrumento urbanístico das Operações Urbanas Consorciadas (OUCs), instituído pelo Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01). | |
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+ | é a valorização acelerada de alguma área da cidade cujos residentes não têm poder aquisitivo elevado o suficiente para se manter nessa área. este processo tende a prejudicar os inquilinos e os proprietários de imóveis que não desejam sair da região e vender suas casas ou apartamentos, mas ao mesmo tempo não conseguem arcar com aumentos muito fortes do IPTU, que passa a acompanhar os novos valores praticados na área. é um processo comum nas vizinhanças de grandes projetos urbanos, que aumentam preços de imóveis em suas redondezas devido à maior procura por estes imóveis. tende a afetar bairros mais tradicionais e já consolidados." | ||
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+ | "Enquanto determinada área passa por uma fase de investimentos e desenvolvimento, outras sofrem desinvestimento e subdesenvolvimento. A desigualdade cria as condições para que futuros investimento sejam feitos nas áreas subdesenvolvidas, dando origem a ciclos de investimento-desinvestimento (SMITH, 1982). Este desinvestimento ocorre frequentemente em áreas centrais, antigas zonas industriais, zonas portuárias e áreas ocupadas por população de baixa renda em geral. Essas áreas sofrem um processo de desvalorização e depreciação (no qual muitas vezes a mídia tem papel fundamental) tão intenso que se torna lógico para os proprietários reduzir os investimentos e aguardar a valorização do imóvel, ou seja, intensifica-se a especulação imobiliária. Quando o preço dos imóveis diminui consideravelmente e a possibilidade de lucro mostra-se vantajosa (rent gap), tem início o novo ciclo de investimento. Uma das principais características dessa nova fase da gentrificação que vivemos agora é que ela não acontece como um fenômeno local e promovido por agentes isolados, mas sim como um processo global, sistematizado, institucional, ligado ao Estado e com a intenção explícita de gentrificar a cidade por meio de uma renovação urbana de dimensão classista (SMITH, 2006). De maneira geral o planejamento urbano, até o fim dos anos 1960 nos países do welfare state, tinha caráter autoritário, tecnocrático e centralizador. O Estado era o grande responsável pelos planos urbanísticos e pela construção de equipamentos para a cidade. Já a partir da década de 1970, com a crise dos Estados do Bem-Estar Social e a internacionalização da economia, a produção das cidades deixou de ser função exclusiva dos Estados e passou a ser compartilhada também com a iniciativa privada. Essas parcerias entre governos e investidores foram viabilizadas principalmente pelas parcerias público-privadas, seguindo preceitos do planejamento estratégico." | ||
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Edição das 09h00min de 24 de abril de 2015
O que é gentrificação? "O termo gentrificação provém da palavra inglesa gentry, originalmente usada para designar a pequena nobreza ou os proprietários de terra. Otermo refere-se ao fenômeno de deslocamento da população original de uma área urbana em prol da sua posterior ocupação por outro setor populacional, de classe econômica geralmente muito mais alta, cuja visão, apreensão e vivência da cidade mostram-se normalmente diversas daquelas apresentadas pelos habitantes originários. O termo pode também ser entendido como “aburguesamento” ou “enobrecimento” das áreas populares de uma cidade, que têm assim, suas características originais totalmente transformadas. Na sociedade capitalista, a acumulação de capital é a força que motiva todas as ações e sendo assim, na sociedade contemporânea, o desenvolvimento urbano e a urbanização são manifestações espaciais diretas do processo de acumulação de capital. Nesse contexto, a cidade deixou de ser apenas uma das partes no processo de acumulação e tornou-se um espaço organizado para o investimento capitalista e acontece de forma desigual. Estes processos de gentrificação são em geral desenvolvidos por parcerias entre governos e investidores e são viabilizadas principalmente pelas parcerias público-privadas, seguindo preceitos do planejamento estratégico. No Brasil, as parcerias público-privadas voltadas para a realização de planos urbanos gentrificadores são viabilizadas pelo instrumento urbanístico das Operações Urbanas Consorciadas (OUCs), instituído pelo Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01).
é a valorização acelerada de alguma área da cidade cujos residentes não têm poder aquisitivo elevado o suficiente para se manter nessa área. este processo tende a prejudicar os inquilinos e os proprietários de imóveis que não desejam sair da região e vender suas casas ou apartamentos, mas ao mesmo tempo não conseguem arcar com aumentos muito fortes do IPTU, que passa a acompanhar os novos valores praticados na área. é um processo comum nas vizinhanças de grandes projetos urbanos, que aumentam preços de imóveis em suas redondezas devido à maior procura por estes imóveis. tende a afetar bairros mais tradicionais e já consolidados."
"Enquanto determinada área passa por uma fase de investimentos e desenvolvimento, outras sofrem desinvestimento e subdesenvolvimento. A desigualdade cria as condições para que futuros investimento sejam feitos nas áreas subdesenvolvidas, dando origem a ciclos de investimento-desinvestimento (SMITH, 1982). Este desinvestimento ocorre frequentemente em áreas centrais, antigas zonas industriais, zonas portuárias e áreas ocupadas por população de baixa renda em geral. Essas áreas sofrem um processo de desvalorização e depreciação (no qual muitas vezes a mídia tem papel fundamental) tão intenso que se torna lógico para os proprietários reduzir os investimentos e aguardar a valorização do imóvel, ou seja, intensifica-se a especulação imobiliária. Quando o preço dos imóveis diminui consideravelmente e a possibilidade de lucro mostra-se vantajosa (rent gap), tem início o novo ciclo de investimento. Uma das principais características dessa nova fase da gentrificação que vivemos agora é que ela não acontece como um fenômeno local e promovido por agentes isolados, mas sim como um processo global, sistematizado, institucional, ligado ao Estado e com a intenção explícita de gentrificar a cidade por meio de uma renovação urbana de dimensão classista (SMITH, 2006). De maneira geral o planejamento urbano, até o fim dos anos 1960 nos países do welfare state, tinha caráter autoritário, tecnocrático e centralizador. O Estado era o grande responsável pelos planos urbanísticos e pela construção de equipamentos para a cidade. Já a partir da década de 1970, com a crise dos Estados do Bem-Estar Social e a internacionalização da economia, a produção das cidades deixou de ser função exclusiva dos Estados e passou a ser compartilhada também com a iniciativa privada. Essas parcerias entre governos e investidores foram viabilizadas principalmente pelas parcerias público-privadas, seguindo preceitos do planejamento estratégico."
Como podemos evitar a gentrificação?