Mudanças entre as edições de "Zona Cultural da Praça da Estação"
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== Histórico do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça da Estação== | == Histórico do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça da Estação== | ||
− | Com a inauguração da cidade de Belo Horizonte em 1897 inicia-se, em 1904, a construção de sua | + | Com a inauguração da cidade de Belo Horizonte em 1897 inicia-se, em 1904, a construção de sua estação ferroviária, tendo sua conclusão em 1914 sob o nome Praça Cristiano Otoni[1]. Com o crescimento exponencial das demandas de fluxos da nova capital, já em 1922 foi construída e inaugurada a nova estação, a qual dois anos mais tarde é batizada como Praça Rui Barbosa[2], em homenagem ao jurista e político baiano. |
Até a década de 40, a praça era porta de entrada e saída da cidade, desenvolvendo papel central no transporte de cargas e passageiros, porém, com a construção da rodoviária e a criação de um Plano Rodoviário Estadual a região perde considerável fluxo de passageiros e cargas, tendo sua importância diminuída. Na mesma época, contribuindo para decadência da Praça da Estação, as industrias antes situadas nas proximidades ganham um novo polo, a Cidade Industrial no setor oeste de Belo Horizonte. | Até a década de 40, a praça era porta de entrada e saída da cidade, desenvolvendo papel central no transporte de cargas e passageiros, porém, com a construção da rodoviária e a criação de um Plano Rodoviário Estadual a região perde considerável fluxo de passageiros e cargas, tendo sua importância diminuída. Na mesma época, contribuindo para decadência da Praça da Estação, as industrias antes situadas nas proximidades ganham um novo polo, a Cidade Industrial no setor oeste de Belo Horizonte. | ||
Dos anos 1950 a 1980, com a chegada de automóveis pessoais ao país, a praça perde importância no cotidiano de seus moradores, tendo muito de seus prédios no entorno abandonados. Com a facilitação das locomoções, a área central deixa de ser preferida para residência, onde o comercio e fluxos criam uma paisagem agitada. Desta forma, a região é tomada por camadas sociais de indivíduos excluídos e invisibilizados, tendo ai marcada sua "decadência"[3]. | Dos anos 1950 a 1980, com a chegada de automóveis pessoais ao país, a praça perde importância no cotidiano de seus moradores, tendo muito de seus prédios no entorno abandonados. Com a facilitação das locomoções, a área central deixa de ser preferida para residência, onde o comercio e fluxos criam uma paisagem agitada. Desta forma, a região é tomada por camadas sociais de indivíduos excluídos e invisibilizados, tendo ai marcada sua "decadência"[3]. | ||
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Em 2001, após I Encontro pela revitalização do Conjunto da Praça da Estação, realizado em 1981 pelo Instituto dos Arquitetos dos Brasil –IAB/MG[4], colocam a região como importante ponto de cultura da cidade, sendo ali instalado, em parceria público-privada, o Museu de Artes e Oficios, a recuperação das esculturas, a instalação das fontes, a construção da passarela central e restauração dos jardins. Sendo inaugurada em 2004, mesmo ano do projeto “Centro Vivo- Plano de Reabilitação de Belo Horizonte” e "Linha Verde". | Em 2001, após I Encontro pela revitalização do Conjunto da Praça da Estação, realizado em 1981 pelo Instituto dos Arquitetos dos Brasil –IAB/MG[4], colocam a região como importante ponto de cultura da cidade, sendo ali instalado, em parceria público-privada, o Museu de Artes e Oficios, a recuperação das esculturas, a instalação das fontes, a construção da passarela central e restauração dos jardins. Sendo inaugurada em 2004, mesmo ano do projeto “Centro Vivo- Plano de Reabilitação de Belo Horizonte” e "Linha Verde". | ||
A praça começa a ser ponto de lazer e cultura, sendo palco de grandes eventos patrocinados, onde em 2010, através do decreto 13.863/2010 da prefeitura, o uso do amplo espaço da praça é restringido exclusivamente para eventos. Assim nasce a "Praia da Estação", movimento de protesto ao decreto, onde a população busca a retomada da praça como ponto de encontro, sem intervenções privadas ou estatais, numa grande festa banhista, dando usos efetivos para as fontes. | A praça começa a ser ponto de lazer e cultura, sendo palco de grandes eventos patrocinados, onde em 2010, através do decreto 13.863/2010 da prefeitura, o uso do amplo espaço da praça é restringido exclusivamente para eventos. Assim nasce a "Praia da Estação", movimento de protesto ao decreto, onde a população busca a retomada da praça como ponto de encontro, sem intervenções privadas ou estatais, numa grande festa banhista, dando usos efetivos para as fontes. | ||
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+ | Chagas Dória, Escola de Engenharia da UFMG, tombado e reconhecido pelo | ||
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Edição das 18h29min de 12 de janeiro de 2016
Situada na região central de Belo Horizonte, a área recebeu, por parte da Fundação Municipal de Cultura, a denominação de Zona Cultural. O local, de grande relevância histórica para a cidade, vem se consolidando como importante palco de disputas simbólicas entre o Estado-capital e movimentos sociais e culturais da cidade. Trata-se, também, de uma das regiões de maior interesse econômico da cidade, condição atestada pela sua inclusão na Operação Urbana Consorciada ACLO – Antônio Carlos Leste-Oeste, em fase de desenvolvimento.
Histórico do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Praça da Estação
Com a inauguração da cidade de Belo Horizonte em 1897 inicia-se, em 1904, a construção de sua estação ferroviária, tendo sua conclusão em 1914 sob o nome Praça Cristiano Otoni[1]. Com o crescimento exponencial das demandas de fluxos da nova capital, já em 1922 foi construída e inaugurada a nova estação, a qual dois anos mais tarde é batizada como Praça Rui Barbosa[2], em homenagem ao jurista e político baiano. Até a década de 40, a praça era porta de entrada e saída da cidade, desenvolvendo papel central no transporte de cargas e passageiros, porém, com a construção da rodoviária e a criação de um Plano Rodoviário Estadual a região perde considerável fluxo de passageiros e cargas, tendo sua importância diminuída. Na mesma época, contribuindo para decadência da Praça da Estação, as industrias antes situadas nas proximidades ganham um novo polo, a Cidade Industrial no setor oeste de Belo Horizonte. Dos anos 1950 a 1980, com a chegada de automóveis pessoais ao país, a praça perde importância no cotidiano de seus moradores, tendo muito de seus prédios no entorno abandonados. Com a facilitação das locomoções, a área central deixa de ser preferida para residência, onde o comercio e fluxos criam uma paisagem agitada. Desta forma, a região é tomada por camadas sociais de indivíduos excluídos e invisibilizados, tendo ai marcada sua "decadência"[3]. A partir da década de 80, a praça volta a ser central nos transportes da cidade com a chegada da Estação Central de Metrô e as linhas de ônibus metropolitanos ali instalados. Porém, sua importância nos fluxos não é mais principal, como no início, agora trataria dos fluxos das camadas sociais mais baixas, aquelas desprovidas dos automóveis cobiçados pela classe média e alta. Assim, intensifica a percepção da praça como região degradada. Em 2001, após I Encontro pela revitalização do Conjunto da Praça da Estação, realizado em 1981 pelo Instituto dos Arquitetos dos Brasil –IAB/MG[4], colocam a região como importante ponto de cultura da cidade, sendo ali instalado, em parceria público-privada, o Museu de Artes e Oficios, a recuperação das esculturas, a instalação das fontes, a construção da passarela central e restauração dos jardins. Sendo inaugurada em 2004, mesmo ano do projeto “Centro Vivo- Plano de Reabilitação de Belo Horizonte” e "Linha Verde". A praça começa a ser ponto de lazer e cultura, sendo palco de grandes eventos patrocinados, onde em 2010, através do decreto 13.863/2010 da prefeitura, o uso do amplo espaço da praça é restringido exclusivamente para eventos. Assim nasce a "Praia da Estação", movimento de protesto ao decreto, onde a população busca a retomada da praça como ponto de encontro, sem intervenções privadas ou estatais, numa grande festa banhista, dando usos efetivos para as fontes.
Equimentos do Conjunto Arquitetonico da Praça da Estação
Serraria Souza Pinto, Viaduto Santa Tereza, Museu de Artes e Ofícios, Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais, Casa do Conde de Santa Maria, Edifício Chagas Dória, Escola de Engenharia da UFMG, tombado e reconhecido pelo IEPHA/MG.
Movimentos Insurgentes
[Em Construção]
[1] - [4]
AMORIM, Marcela Sampaio Magalhães; LIMA, Alves de Jean Cássio. A produção
do espaço da Praça da Estação em Belo Horizonte (MG) e dos equipamentos
de seu entorno ao longo da história da cidade. In: I Simpósio Mineiro de
Geografia. Das diversidades à articulação geográfica. 2014, Universidade Federal de
Alfenas – Alfenas (MG). Disponível em: <http://www.unifal-
mg.edu.br/simgeo/system/files/anexos/Jean%20Cássio%20Lima.pdf> Acesso em:
20 abr. 2013.