Mudanças entre as edições de "Projeto BH S/A"

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O Grupo de Pesquisa Indisciplinar atua na elaboração de cartografias do processo de neoliberalização e produção biopolítica atrelados à produção contemporânea do espaço urbano. O termo cartografia descreve a opção teórico-metodológica que pressupõe a não separação entre pesquisador e o objeto de pesquisa, e que identifica tanto os processos de investigação quanto as ações executadas. Neste contexto de intencional sobreposição entre teoria e prática, atores híbridos (pesquisadores, resistências, comunidades afetadas, entre outros) atuam em duas frentes de ação principal: (a) os processos destituintes contra o urbanismo neoliberal em suas múltiplas dimensões expropriadoras do patrimônio público; e (b) os processos constituintes/instituintes de novos espaços engendrados pela coletividade e autonomia cidadã em defesa do comum. Desde 2011, um conjunto de projetos vem sendo objeto de pesquisa-ação do Grupo Indisciplinar, entre outros: a Operação Urbana Consorciada Antônio Carlos/ Leste Oeste (OUC ACLO, antiga OUC Nova BH); a Operação Urbana do Izidoro; a criação e operação da empresa PBH Ativos S/A; e o acompanhamento da revisão do Plano Diretor. Resulta dessa prática um extenso material que poderia ser organizado a partir de cinco dimensões: (a) a espacial-territorial, composta por cartografias colaborativas e ferramentas de georreferenciamento e interação; (b) a temporal, por meio do levantamento, análise e representação da evolução dos fenômenos investigados; (c) a conceitual-informacional, utilizando produção colaborativa, processual e em rede do conhecimento como forma de desenvolvimento dos marcos teóricos que norteiam a pesquisa e armazenamento de bases de dados; (d) a comunicacional ou de criação de redes, a partir do uso tático das redes sociais e canais de comunicação de ampla utilização na internet; e (e) a de incidência política e formação, por meio de ações de rua como aulas públicas, formação popular e oficinas que trabalharem junto à população afetada, movimentos sociais parceiros e outras organizações e garantam a participação dos afetados nos projetos e, ainda, incidência junto aos órgãos de fiscalização e controle. Além de cumprir seu objetivo inicial – imbricar teoria e prática nas frentes de ação definidas – a cartografia dos projetos vem revelando sombreamentos e conexões entre conceitos, práticas, agentes, instituições e estratégias territoriais cujo aprofundamento e retroalimentação, através de temas transversais, passaram a constituir uma demanda necessária para continuidade, contextualização e eficácia dos trabalhos. Entre os temas transversais pode-se citar a hegemonia dos Projetos de Parceria Público-Privada, as inflexões no perfil de agentes investidores, o agravamento da assimetria de poder no campo da produção do espaço, as alterações na arquitetura institucional e na legislação urbana alinhada a interesses de agentes privados e ao empreendedorismo urbano, o abandono ou distorção de pautas da reforma urbana e função social da propriedade. O projeto de extensão BH S/A propõe, portanto, a necessária conexão entre frentes de atuação do Grupo Indisciplinar, sem, no entanto, perder o viés de extensão e os pressupostos da pesquisa-ação da prática de cartografia dos projetos. Para tal, além do aprofundamento conceitual, o projeto prevê que toda a produção de conhecimento seja voltada para subsidiar as ações em andamento, através, sobretudo, da produção e amplo acesso às informações, pautada na tradução da logotécnica especialista e contextualização de processos pontuais em relação a escalas ampliadas de produção do espaço urbano. A questão central do projeto BH S/A será, portanto, cartografar, em diferentes escalas, a dimensão social, econômica e territorial das frentes de neoliberalização do espaço urbano municipal estudadas e, concomitantemente, garantir acesso e aplicabilidade dos dados produzidos, sobretudo em relação às ações coletivas de resistência e produção do comum.  
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<p>O Grupo de Pesquisa Indisciplinar atua na elaboração de cartografias do processo de neoliberalização e produção biopolítica atrelados à produção contemporânea do espaço urbano. O termo cartografia descreve a opção teórico-metodológica que pressupõe a não separação entre pesquisador e o objeto de pesquisa, e que identifica tanto os processos de investigação quanto as ações executadas. Neste contexto de intencional sobreposição entre teoria e prática, atores híbridos (pesquisadores, resistências, comunidades afetadas, entre outros) atuam em duas frentes de ação principal: (a) os processos destituintes contra o urbanismo neoliberal em suas múltiplas dimensões expropriadoras do patrimônio público; e (b) os processos constituintes/instituintes de novos espaços engendrados pela coletividade e autonomia cidadã em defesa do comum. Desde 2011, um conjunto de projetos vem sendo objeto de pesquisa-ação do Grupo Indisciplinar, entre outros: a Operação Urbana Consorciada Antônio Carlos/ Leste Oeste (OUC ACLO, antiga OUC Nova BH); a Operação Urbana do Izidoro; a criação e operação da empresa PBH Ativos S/A; e o acompanhamento da revisão do Plano Diretor. Resulta dessa prática um extenso material que poderia ser organizado a partir de cinco dimensões: (a) a espacial-territorial, composta por cartografias colaborativas e ferramentas de georreferenciamento e interação; (b) a temporal, por meio do levantamento, análise e representação da evolução dos fenômenos investigados; (c) a conceitual-informacional, utilizando produção colaborativa, processual e em rede do conhecimento como forma de desenvolvimento dos marcos teóricos que norteiam a pesquisa e armazenamento de bases de dados; (d) a comunicacional ou de criação de redes, a partir do uso tático das redes sociais e canais de comunicação de ampla utilização na internet; e (e) a de incidência política e formação, por meio de ações de rua como aulas públicas, formação popular e oficinas que trabalharem junto à população afetada, movimentos sociais parceiros e outras organizações e garantam a participação dos afetados nos projetos e, ainda, incidência junto aos órgãos de fiscalização e controle. Além de cumprir seu objetivo inicial – imbricar teoria e prática nas frentes de ação definidas – a cartografia dos projetos vem revelando sombreamentos e conexões entre conceitos, práticas, agentes, instituições e estratégias territoriais cujo aprofundamento e retroalimentação, através de temas transversais, passaram a constituir uma demanda necessária para continuidade, contextualização e eficácia dos trabalhos. Entre os temas transversais pode-se citar a hegemonia dos Projetos de Parceria Público-Privada, as inflexões no perfil de agentes investidores, o agravamento da assimetria de poder no campo da produção do espaço, as alterações na arquitetura institucional e na legislação urbana alinhada a interesses de agentes privados e ao empreendedorismo urbano, o abandono ou distorção de pautas da reforma urbana e função social da propriedade. O projeto de extensão BH S/A propõe, portanto, a necessária conexão entre frentes de atuação do Grupo Indisciplinar, sem, no entanto, perder o viés de extensão e os pressupostos da pesquisa-ação da prática de cartografia dos projetos. Para tal, além do aprofundamento conceitual, o projeto prevê que toda a produção de conhecimento seja voltada para subsidiar as ações em andamento, através, sobretudo, da produção e amplo acesso às informações, pautada na tradução da logotécnica especialista e contextualização de processos pontuais em relação a escalas ampliadas de produção do espaço urbano. A questão central do projeto BH S/A será, portanto, cartografar, em diferentes escalas, a dimensão social, econômica e territorial das frentes de neoliberalização do espaço urbano municipal estudadas e, concomitantemente, garantir acesso e aplicabilidade dos dados produzidos, sobretudo em relação às ações coletivas de resistência e produção do comum.</p>
  
 
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* Facebook: [https://www.facebook.com/projetobhsa/ BH/SA]
 
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* Projeto de extensão no SIEX/UFMG: [https://sistemas.ufmg.br/siex/AuditarProjeto.do?id=45306 BH S/A]
 
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Edição atual tal como às 19h17min de 16 de agosto de 2018

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O projeto

O Grupo de Pesquisa Indisciplinar atua na elaboração de cartografias do processo de neoliberalização e produção biopolítica atrelados à produção contemporânea do espaço urbano. O termo cartografia descreve a opção teórico-metodológica que pressupõe a não separação entre pesquisador e o objeto de pesquisa, e que identifica tanto os processos de investigação quanto as ações executadas. Neste contexto de intencional sobreposição entre teoria e prática, atores híbridos (pesquisadores, resistências, comunidades afetadas, entre outros) atuam em duas frentes de ação principal: (a) os processos destituintes contra o urbanismo neoliberal em suas múltiplas dimensões expropriadoras do patrimônio público; e (b) os processos constituintes/instituintes de novos espaços engendrados pela coletividade e autonomia cidadã em defesa do comum. Desde 2011, um conjunto de projetos vem sendo objeto de pesquisa-ação do Grupo Indisciplinar, entre outros: a Operação Urbana Consorciada Antônio Carlos/ Leste Oeste (OUC ACLO, antiga OUC Nova BH); a Operação Urbana do Izidoro; a criação e operação da empresa PBH Ativos S/A; e o acompanhamento da revisão do Plano Diretor. Resulta dessa prática um extenso material que poderia ser organizado a partir de cinco dimensões: (a) a espacial-territorial, composta por cartografias colaborativas e ferramentas de georreferenciamento e interação; (b) a temporal, por meio do levantamento, análise e representação da evolução dos fenômenos investigados; (c) a conceitual-informacional, utilizando produção colaborativa, processual e em rede do conhecimento como forma de desenvolvimento dos marcos teóricos que norteiam a pesquisa e armazenamento de bases de dados; (d) a comunicacional ou de criação de redes, a partir do uso tático das redes sociais e canais de comunicação de ampla utilização na internet; e (e) a de incidência política e formação, por meio de ações de rua como aulas públicas, formação popular e oficinas que trabalharem junto à população afetada, movimentos sociais parceiros e outras organizações e garantam a participação dos afetados nos projetos e, ainda, incidência junto aos órgãos de fiscalização e controle. Além de cumprir seu objetivo inicial – imbricar teoria e prática nas frentes de ação definidas – a cartografia dos projetos vem revelando sombreamentos e conexões entre conceitos, práticas, agentes, instituições e estratégias territoriais cujo aprofundamento e retroalimentação, através de temas transversais, passaram a constituir uma demanda necessária para continuidade, contextualização e eficácia dos trabalhos. Entre os temas transversais pode-se citar a hegemonia dos Projetos de Parceria Público-Privada, as inflexões no perfil de agentes investidores, o agravamento da assimetria de poder no campo da produção do espaço, as alterações na arquitetura institucional e na legislação urbana alinhada a interesses de agentes privados e ao empreendedorismo urbano, o abandono ou distorção de pautas da reforma urbana e função social da propriedade. O projeto de extensão BH S/A propõe, portanto, a necessária conexão entre frentes de atuação do Grupo Indisciplinar, sem, no entanto, perder o viés de extensão e os pressupostos da pesquisa-ação da prática de cartografia dos projetos. Para tal, além do aprofundamento conceitual, o projeto prevê que toda a produção de conhecimento seja voltada para subsidiar as ações em andamento, através, sobretudo, da produção e amplo acesso às informações, pautada na tradução da logotécnica especialista e contextualização de processos pontuais em relação a escalas ampliadas de produção do espaço urbano. A questão central do projeto BH S/A será, portanto, cartografar, em diferentes escalas, a dimensão social, econômica e territorial das frentes de neoliberalização do espaço urbano municipal estudadas e, concomitantemente, garantir acesso e aplicabilidade dos dados produzidos, sobretudo em relação às ações coletivas de resistência e produção do comum.

Participantes

  • Coordenação: Daniel Medeiros de Freitas
  • Co-coordenação: Julia Franzoni
  • Co-coordenação: Thiago Canettieri
  • Lucca Mezzacappa
  • Mariana Bubantz

Ex-participantes

  • Luan Viana

Conexões externas

  • Facebook: BH/SA
  • Projeto de extensão no SIEX/UFMG: BH S/A