UNI009 2012-2

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Cidade Eletrônika 2012: origem do Indisciplinar

Mar 14, 2014 | 2012/2 UNI 009, cartografias, notícias



Em agosto de 2012 o Grupo de Pesquisa Indisciplinar teve seu início com o Festival Cidade Eletronika. Neste evento realizamos Seminários e Workshops, acompanhados de intervenções urbanas em parceria com coletivos internacionais de arte, arquitetura e urbanismo ativistas internacionais. Tivemos a participação de professores e alunos de diversos Cursos de Arquitetura da Região Metropolitana de Belo Horizonte, mas também de outros lugares do país. Ongs como a Real da Rua, grupos artísticos como o Duelo de Mcs e outros colaboradores participaram ativamente de todo o processo. Este evento também contou com a colaboração do Izabela Hendrix (que cedeu o local para o Seminário e os Workshops), do Jaca_Centro de Arte e Tecnologia do Jardim Canadá e do Programa de Extensão Desejaca que faz parte do Grupo de Pesquisa Praxis.


Uma das produções mais interessantes que aconteceu foi a confecção coletiva de um fanzine sobre o Duelo de Mcs:

http://issuu.com/aconteceaquibh/docs/oqueaconteceaqui


Tivemos palestras com os coletivos e uma fala de abertura de todo o evento com o pensador Giuseppe Cocco:

http://vimeo.com/53014157


E também foi realizado um vídeo resumo do evento:

http://vimeo.com/82928717


Mais infos: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.513181112106723.1073741837.425668724191296&type=3


Aqui o texto curatorial:

ATIVISMO URBANO: EM BUSCA DE NOVAS PERSPECTIVAS O Cidade Eletronika 2012 se expande em busca de novas práticas de ocupação dos espaços públicos. Se antes essa era uma de suas premissas, nesta edição as intenções se potencializam em várias de suas ações. Em torno da realização do Seminário e dos Workshops estão reunidos alunos e professores de arquitetura, urbanismo, design e artes, que se juntam a coletivos internacionais em uma rede de trabalho colaborativo. Imagina-se uma imersão que permita a criação de múltiplos modos de apropriação do espaço urbano, compondo meios de questionamento diante da forma com que o urbanismo tradicional vem agindo junto à sociedade. Entendemos que práticas dissonantes e pautadas pela diversidade de pensamento são pertinentes em regiões metropolitanas. Em tempos de melhorias de condições econômicas do país, à espera de grandes eventos internacionais, assistimos a um processo de planejamento urbano com evidentes traços higienistas. Mendigos, moradores de rua, feirantes, pipoqueiros, catadores de papel, grafiteiros, favelados, skatistas, mc’s, sem teto, enfim, todo tipo de cidadão considerado marginal está sendo expulso de áreas de interesse para exploração econômica, turística ou cultural. Os projetos desenvolvidos pelo estado, e, obviamente, desenhado por arquitetos e urbanistas, são de nítido caráter excludente. Debates ambientalistas e em defesa do “patrimônio” público invadem, tanto as universidades, quanto os discursos dos políticos que, contraditoriamente, negociam ruas, alugam praças e concedem áreas de preservação ambiental para mineradoras e empreiteiras. Na contramão desta gestão elitista dos espaços que deveriam ser de todos, alguns movimentos de ativismo urbano surgiram em Belo Horizonte nos últimos anos. Além disto, escolas de Arquitetura e Urbanismo, aos poucos, ganham novas disciplinas que incorporam um posicionamento crítico abandonado pela prática da arquitetura e do urbanismo no Brasil. A discussão sobre os territórios se torna hoje um tema urgente que se estende a muitos, e que motiva várias das ações do Cidade Eletronika. A programação do Seminário Ativismo Urbano foi pensada em nome da diversidade e da ênfase ao papel político de arquitetos, urbanistas, designers e artistas. Para a realização dos Workshops, foram convidados grupos que conduzem projetos culturais utilizando estratégias multifacetadas de intervenção urbana. São ações que possuem diferentes escalas e envolvem diversos níveis de tecnologia (do artesanal ao eletrônico) pautadas pelo entendimento do espaço urbano como essencialmente público – onde se sobressai o coletivo, o político e o social. São atuações que valorizam o caráter processual, realizadas em ações temporárias, utilizando métodos colaborativos. Reunimos assim um grupo de participantes otimistas e que encontram na cidade contemporânea um universo de oportunidades positivas, conciliando práticas passadas e futuras, envolvendo tecnologias locais e imediatas, de código aberto, em ações que intensificam a distribuição da informação livre em modo “copyleft”. Produzem um urbanismo ativista, que experimenta ações não convencionais, fomentando práticas heterodoxas. Ressalta-se, portanto, ações que fomentam a apropriação dos espaços públicos por seus usuários imediatos, que, empoderados via táticas e dispositivos construídos colaborativamente, viabilizariam processos auto-gestionários. Com foco nas formas de comunicação atuais, pretende-se estimular redes de coletivos, de grupos comunitários, de universidades e de lugares de encontro, através de blogs e sites que potencializem a troca livre e aberta de informação. Evidencia-se neste tipo de ativismo urbano, uma indisciplinaridade que surge em relação com a vida cotidiana, numa fuga evidente da especialização – um artifício de fabricação da autoridade. Potencializa-se aqui, entre o indivíduo e sua realidade social, um ativismo urbano estimulado, planejado ou espontâneo, que drible, em suas micropolíticas, um estado demasiadamente pactuado com o capital que de maneira autoritária vem conduzindo um urbanismo tradicional e obsoleto. Entender esse contexto, e atuar de forma crítica, é o primeiro passo para se celebrar as novas possibilidades que a cidade enseja.

https://www.facebook.com/festivaleletronika

Curadoria SEMINÁRIO e WORKSHOPS: Natacha Rena e Lucas Bambozzi Esta Programação faz parte de um evento maior, veja a programação completa aqui: http://www.festivaleletronika.com.br/

SEMINÁRIO ATIVISMO URBANO LOCAL: Teatro Izabella Hendrix DATA: 03 de Setembro HORA: 18h Palestra de Abertura A cidade na crise do capitalismo cognitivo: globalizado e organizado em redes Giuseppe Cocco (Itália/ RJ) Universidade Nômade

MESA REDONDA Mediação: Rita Velloso (Observatório das Metrópoles PUC MG) Alejandro Haiek Coll /Venezuela Antonio Yemail /Colômbia Todo por la Praxis/ Espanha Felipe González /Colômbia

WORKSHOPS

ATIVISMO URBANO LOCAL: Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix DATA: de 4 a 7 de setembro de 2012 HORA: de 10h às 18h PÚBLICO: estudantes das áreas de arquitetura, urbanismo, design, belas artes e afins.

WORKSHOP 1 : ATLAS DA DIVERSIDADE Antonio Yemail (Colômbia) Simone Tostes (UI/UFMG) Samy Lansky (FUMEC/UNA) http://www.oficinainformal.com/

WORKSHOP 2 : UNID. AUTÔNOMA: ENERGIA SOLAR E EMISSÃO DE SOM Todo por la Praxis _ http://www.todoporlapraxis.es/ Eduardo Moreira Adi (PUC) Simone Cortezão (Izabela Hendrix)

WORKSHOP 3 : ARQUIBANCADAS MULTIFUNCIONAIS MODULARES Alejandro Haiek – LABPROFAB (Venezuela) Juliana Torres (UFMG) Marcela Brandão (PUC/UFMG)

WORKSHOP 4 : PISTA DE SKATE Felipe González (Colômbia) _ http://arquitecturaexpandida.org/ Adriano Mattos (UFMG) Marcelo Maia (Izabela Hendrix)

LABMÓVEL LOCAL: Rua Sapucaí DATA: de 7 a 9 de setembro de 2012 HORÁRIO: de 10h às 18h PÚBLICO: geral, com conhecimentos básicos de informática e/ou eletrônica

WORKSHOP 5 : MAPEAMENTO AÉREO Lucas Bambozzi (SP) _ Rodrigo Minelli (MG)

WORKSHOP 6 : FOFOQUE-ME: COMPUTAÇÃO FÍSICA MÓVEL Radamés Ajna (SP) _ Thiago Hersan (BH) http://fofoque.me/

WORKSHOP 7 : CARRINHOS DE ROLIMÃ MODIFICADOS Mateus Knelsen (São Paulo) http://labmovel.net/2012/06/25/veja-o-que-rolou-na-oficina-2-labmovel-carrinho-de-rolima-modificados/

WORKSHOP 8 : NÓS MÍDIA Artur de Leos _ Lucas Pretti _ Núbia Souza http://www.nosmidia.com.br/