Táticas de infiltração, outros modos e meios de pensar e agir na cidade

De Indisciplinar
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Autores

Monique Marques Sanches: Professora do DEARQ da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, Doutora em Arquitetura e Urbanismo; sanches.monique@gmail.com Mauríccio Leonard de Souza: Professor do DEARQ da Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, Mestre em Arquitetura e Urbanismo; mauricioleonard@hotmail.com

Resumo

Ouro Preto, morro, mina, minério, rejeito, água, deslizamento. Patrimônio, turismo, arte, tombamento. Pedra, calçada, jardim, casa, quintal. Pardos, brancos, escravos, negros, estrangeiros. Essas são aproximações de Ouro Preto, da cidade avistada, hegemônica e também das várias cidades subterrâneas e moleculares que a compõe. Diante das sobreposições de estratos que constituem as subjetividades dessa cidade, buscamos abrir fissuras em sua composição hegemônica. Trata-se de abordar suas camadas estratigráficas, não apenas geológicas, mas também econômicas, sociais, políticas, ambientais e as deposições que se formam ao longo do tempo. Ao infiltrar nesse sistema molar, de macro poderes, de tradição e dominação que a constituem, agenciamos ações no sentido de tornar os estratos mais porosos. Nossas ações ocorrem temporalmente a partir das circunstâncias e oportunidades encontradas. Diante do passivo ambiental de uma terra minerada, a paisagem moldada em balcões ou submersa pelo rejeito do minério, trabalhamos com os moradores o acolhimento e a produtividade de seus quintais, a reconversão das minas em locais de lazer e turismo comunitário, a potencialidade desse lugar como formação ambiental e patrimonial. Para um processo de turistificação programado, agenciamos o acesso de visitantes para além do centro histórico temático e formal. Diante dos rios que absorvem o impacto da falta de tratamento do esgoto, recuperamos a bica do morro que se desdobra em lugar da reza e da brincadeira. Essa rede de ações reverberam em pessoas e grupos de distintas naturezas, em micro e macro escalas de poder. Nossa proposição é costurar linhas e configurar sistemas de práticas emancipadoras.