Natureza Política

De Indisciplinar
Revisão de 14h16min de 16 de agosto de 2018 por Indisciplinado (discussão | contribs) (Criou página com 'O Programa NATUREZA POLìTICA pertence ao grupo de pesquisa INDISCIPLINAR, sediado na Escola de Arquitetura da UFMG, cujos integrantes são professores, pesquisadores, alunos ...')
(dif) ← Edição anterior | Revisão atual (dif) | Versão posterior → (dif)
Ir para: navegação, pesquisa

O Programa NATUREZA POLìTICA pertence ao grupo de pesquisa INDISCIPLINAR, sediado na Escola de Arquitetura da UFMG, cujos integrantes são professores, pesquisadores, alunos de graduação e pos-graduação oriundos de diversos campos do conhecimento, que desenvolvem suas atividades buscando a articulação da teoria com a prática e o fortalecimento do tripé ensino-pesquisa e extensão. O programa foi criado em função da percepção que a temática ambiental estava presente em diversos projetos vinculados ao Programa de extensão IND.LAB, e que era preciso organizá-los em um mesmo eixo de investigação, para articular melhor suas interfaces e suas estratégias de ação. Desde 2016, os projetos de extensão “Artesanias do comum” e “Natureza Urbana” estão trabalhando juntos em uma mesma frente de ação, o Parque das Ocupações, uma área de preservação ambiental localizado nas fronteiras das ocupações urbanas autoconstruídas no Barreiro. A temática ambiental , presente em todas as frentes de ação do projeto “Natureza urbana” (Fica Ficus, Parque Jardim América, dentre outros), ao se juntar às questões sociais associadas à luta pela moradia , ganhou uma conotação política ampliada. Ao mesmo tempo, o projeto “Artesanias do Comum”, que já tinha em seus objetivos o reaproveitamento dos resíduos e a produção de tecnologia social numa esfera muito local, focada nas ocupações urbanas autoconstruídas localizadas na região do Barreiro e da Izidora, passa a incorporar questões regionais e a se conectar com outras lutas ambientais. Também a pauta feminista já vinha sendo incorporada à esse projeto, visto que nas ocupações citadas o papel das mulheres é determinante na produção daquele espaço, inclusive no que diz respeito à forma de se compartilhar e de se distribuir responsabilidades e cuidados, nas suas mais diferentes manifestações. Por outro lado, o projeto de extensão “ Cartografias emergentes” possui duas frentes de ação que se conectam aos projetos de extensão citados: "Feminismo e espaço" e " Cartografia do Rio Doce". Pretende-se que a aproximação da frente "Feminismo e espaço" das ações feministas do projeto "Artesanias do Comum" possa fortalecer a discussão sobre uma “natureza” (não essencialista) feminina e feminista na produção política e democrática nas ocupações autoconstruídas. Com relação à segunda frente, ela constitui-se na investigação das práticas empresariais relativas ao desastre-crime desencadeado pelo rompimento da barragem em Mariana-MG. Ressalta-se neste contexto que é perceptível a configuração de um campo assimétrico de forças, que permite a influência dos discursos dominantes sobre a percepção dos acontecimentos e principalmente, propiciam o domínio empresarial sobre os encaminhamentos institucionais. A "Cartografia do Rio Doce" visa desarticular as estratégias corporativas de controle territorial e ainda, dar a ver discursos e movimentos invisibilizados, constituindo-se uma atuação contra-hegemônica. Essa frente de ação atua junto ao MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens, dentre outros. Diante de tantas tangências, a coordenação do grupo de pesquisa Indisciplinar, junto com os coordenadores desses projetos, percebeu que associá-los sob um mesmo “guarda-chuva” será de grande valia para o fomento de todas as questões citadas (sociais, ambientais, políticas e econômicas) em suas diversas escalas de abordagem (local, regional, global). Importante ressaltar que partimos do entendimento que no capitalismo contemporâneo a extração da mais valia não acontece apenas por meio da exploração do trabalho, mas que, na sua versão rentista, ele se realiza também pelos processos de financeirização do território. Ao mesmo tempo, considerando que a dinâmica da urbanização se dá de maneira extensiva (MONTE-MOR), fica difícil separar a natureza e os bens comuns fora dessa dinâmica. Em outras palavras, a natureza é cada vez mais política, e os bens comuns são alvo de disputa econômica acirrada e de interesses financeiros rent

Objetivos gerais:

O programa “ NATUREZA POLÍTICA” se apoia nos pressupostos das 3 ecologias de Guattari (ambiental, social e mental) que atuam na interface do urbano com o político. Seguindo Chantal Mouffe, o programa tem como objetivo a criação de espaços públicos vivos e agonísticos, a partir do reconhecimento do justo e do ético

Objetivos específicos:

Cartografia da construção dos fatos políticos que envolvem as disputas territoriais. -Cartografia dos agentes (aoires-humanos) envolvidos nas disputas socioambientais presentes nos territórios de atuação de cada projeto associado. -Cartografia dos objetos e instrumentos (atores não-humanos) utilizados nos conflitos mapeados. - Construção de narrativas para contrapor as ações hegemônicas presentes nos conflitos mapeados - Criação de espaços públicos vivos e agonísticos

Metodologia:

As metodologias desenvolvidas neste projeto incluem: -Cartografia da construção dos fatos políticos que envolvem as disputas territoriais. -Cartografia dos agentes(aoires-humanos) envolvidos nas disputas socioambientais presentes nos territórios de atuação de cada projeto associado. -Cartografia dos objetos e instrumentos (atores não-humanos) utilizados nos conflitos mapeados. - Interlocução direta (reuniões, rodas de conversa, etc) com os moradores de territórios de conflito socioambiental. - Oficinas/workshops de capacitação e trocas de saberes tendo como pressupostos: processo de decisão e projetação compartilhado, tecnologia social e economia solidária. - Produção de cartilhas e manuais em redes sociais e eventos, em linguagens acessíveis, visando uma divulgação ampla do material produzido (copy left) - Todo o processo visa o fortalecimento e a autonomia dos grupos sociais envolvidos, como também a transformação dos próprios pesquisadores (alunos e professores) quando em contato com a prática da extensão.

https://sistemas.ufmg.br/siex/AuditarPrograma.do?id=44242