A condição periférica: Uma crítica da economia política do espaço em paralaxe

De Indisciplinar
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Autor(es) CANETTIERI, Thiago
Título A condição periférica: Uma crítica da economia política do espaço em paralaxe
Ano de publicação 2019
Tipo de publicação Tese
Frente de ação
Disponível em http://wiki.indisciplinar.com/webdav/publicacoes/Tese_Thiago_Canettieri.pdf
Como citar

Esta tese é uma reflexão sobre o atual momento de reprodução do capital que parece engendrar uma condição específica, uma espécie de novo tempo do mundo, em que o front de defesa para sobrevivência do capitalismo não se restringe apenas à fábrica, mas, ao contrário, explode e implode, alcançando o espaço inteiro. Este momento gera, a meu ver, uma forma específica de (i) produção do espaço, marcada pela precariedade; (ii) de reprodução da vida cotidiana, talhada por uma vida danificada no mundo administrado; (iii) da realização da dominação social que, hoje, alcança todas as esferas da vida. Diante dessa confluência historicamente determinada, sugiro chamar de condição periférica o predicamento que parece sobredeterminar a perpetuação do capital no mundo hoje. O esforço desta tese reside em contribuir para o entendimento crítico da realidade contemporânea, em especial, no momento em que se torna mais ou menos difundido um diagnóstico de falência da crítica. Desta forma, algumas das categorias da crítica da economia política desenvolvidas por Karl Marx são revisitadas para tentar aproximar o conceito do que lhe escapa pelo movimento da própria história. Argumentarei no sentido de expor uma astúcia do capital que cria, em seu movimento automatizado, uma forma de dominação inédita. Reconfigurar essas categorias me levou a refletir, portanto, sobre as condições de possibilidade para um movimento perpétuo do capital, revisitando a teoria das crises de modo a aventar a ideia de uma crise infinita. Diante disso, busco destacar qual a relevância da condição periférica para uma interpretação do tempo presente, passando por uma crítica da filosofia da história e uma crítica da práxis emancipatória para indicar que “não há saída fácil”: as formas de mediação que se esgarçaram até aqui estão em dissolução sem que nada se apresente em seu lugar, numa dialética transtornada, exceto, é claro, a regressão social, a precariedade e a violência, fatos que sempre já estiveram nas periferias, mas agora aparecem com o tom fúnebre que se estende para todo o mundo.

Palavras-chave: Crítica da economia política; Produção do espaço; Periferias