Mudanças entre as edições de ".download/010.pdf"

De Indisciplinar
Ir para: navegação, pesquisa
 
Linha 1: Linha 1:
[[Arquivo:Capa10.png|200px|miniaturadaimagem|esquerda|clique para iniciar o download| link=https://files.indlab.net/editorial/revista10/revista%202020.1.pdf]]
+
[[Arquivo:Capa10.png|200px|miniaturadaimagem|esquerda|v. 6 n. 1 (2020): Revista Indisciplinar| link=https://periodicos.ufmg.br/index.php/indisciplinar/issue/view/1276]]
  
 
Esta edição da Revista Indisciplinar foi produzida no primeiro semestre de 2020. Entre a chamada para artigos e o lançamento, vimos nossa rotina ser transformada pela pandemia da COVID-19 de uma tão forma devastadora e inesperada, que, segundo diversos cientistas, marca o fim do século XX[1]. No Brasil, a pandemia acontece durante o período mais violento e autoritário de nossa democracia e mobiliza novos elementos para a política da destruição que marca o governo Bolsonaro. Em uma reunião ministerial ocorrida em 22 de abril e tornada pública após a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, fica evidente que a incompetência de todos os ministros para lidarem com os impactos da pandemia é simultânea à constatação de que o medo engendrado pela doença e o isolamento social oferecem uma janela de oportunidade para “passar a boiada” de políticas de devastação ambiental, econômica e social. Tudo isso deixa claro que as consequências sanitárias, políticas e humanitárias da pandemia serão especialmente brutais no Brasil, ainda que não pareçamos capazes de compreender quais são seus efeitos diretos e como a sociedade pautará suas próximas decisões.  
 
Esta edição da Revista Indisciplinar foi produzida no primeiro semestre de 2020. Entre a chamada para artigos e o lançamento, vimos nossa rotina ser transformada pela pandemia da COVID-19 de uma tão forma devastadora e inesperada, que, segundo diversos cientistas, marca o fim do século XX[1]. No Brasil, a pandemia acontece durante o período mais violento e autoritário de nossa democracia e mobiliza novos elementos para a política da destruição que marca o governo Bolsonaro. Em uma reunião ministerial ocorrida em 22 de abril e tornada pública após a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, fica evidente que a incompetência de todos os ministros para lidarem com os impactos da pandemia é simultânea à constatação de que o medo engendrado pela doença e o isolamento social oferecem uma janela de oportunidade para “passar a boiada” de políticas de devastação ambiental, econômica e social. Tudo isso deixa claro que as consequências sanitárias, políticas e humanitárias da pandemia serão especialmente brutais no Brasil, ainda que não pareçamos capazes de compreender quais são seus efeitos diretos e como a sociedade pautará suas próximas decisões.  
Linha 10: Linha 10:
  
 
Editores Revista Indisciplinar
 
Editores Revista Indisciplinar
 +
 +
[https://periodicos.ufmg.br/index.php/indisciplinar/issue/view/1276 v. 6 n. 1 (2020): Revista Indisciplinar]
 +
 +
{{DISPLAYTITLE:<span style="display: none">{{FULLPAGENAME}}</span>}}

Edição atual tal como às 13h30min de 21 de dezembro de 2021

v. 6 n. 1 (2020): Revista Indisciplinar

Esta edição da Revista Indisciplinar foi produzida no primeiro semestre de 2020. Entre a chamada para artigos e o lançamento, vimos nossa rotina ser transformada pela pandemia da COVID-19 de uma tão forma devastadora e inesperada, que, segundo diversos cientistas, marca o fim do século XX[1]. No Brasil, a pandemia acontece durante o período mais violento e autoritário de nossa democracia e mobiliza novos elementos para a política da destruição que marca o governo Bolsonaro. Em uma reunião ministerial ocorrida em 22 de abril e tornada pública após a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, fica evidente que a incompetência de todos os ministros para lidarem com os impactos da pandemia é simultânea à constatação de que o medo engendrado pela doença e o isolamento social oferecem uma janela de oportunidade para “passar a boiada” de políticas de devastação ambiental, econômica e social. Tudo isso deixa claro que as consequências sanitárias, políticas e humanitárias da pandemia serão especialmente brutais no Brasil, ainda que não pareçamos capazes de compreender quais são seus efeitos diretos e como a sociedade pautará suas próximas decisões.

O tema deste dossiê “A produção biopolítica e transescalar do espaço” já propunha um debate sobre as formas de controle dos corpos e dos espaços na contemporaneidade e ressaltava a articulação entre as crises econômicas do século XXI e a crise do humanismo como ideologia compartilhada. É evidente, portanto, a relação entre as questões que já nos mobilizavam e os problemas revelados pela pandemia. Mas o rigor necessário para a produção acadêmica impossibilitaria que tivéssemos artigos científicos consistentes finalizados algumas semanas depois da eclosão da crise. Assim, ainda que seja nítida a articulação entre os 15 artigos aqui reunidos e as questões colocadas pela pandemia, nenhum deles trata diretamente do tema.

Considerando isso, convidamos dois pesquisadores para apresentarem ensaios sobre os impactos da COVID-19 no país. O ensaio – gênero com o qual sempre trabalhamos na Revista Indisciplinar – é capaz de promover um debate crítico e consistente sobre o presente a partir de conclusões temporárias e parciais. Os dois textos aqui compilados foram escritos no primeiro semestre de 2020 e mobilizam reflexões que podem parecer desatualizadas alguns meses depois, mas ambos são capazes de extrapolar os desafios específicos de contenção da pandemia para refletir sobre como a crise sanitária desvela as injustiças e violências da contemporaneidade. O ensaio de Elias Jabbour, “Para não negarmos o futuro. Por uma visão brasileira do mundo.”, originalmente publicado no Le Monde Diplomatique, debate os textos reunidos no Brasil pela Editora n-1 e publicados com o título Sopa de Wuhan. Já o texto de Victor André Martins de Miranda, “COVID-19: A noite inexorável do capital”, registra as ações de Bolsonaro e dos demais membros de seu governo nos primeiros meses da crise e é capaz de evidenciar como o aniquilamento se transformou em um projeto de governo. Em seguida, apresentamos uma entrevista com Nego Bispo, pensador quilombola piauiense, conduzida por Joviano Maia, em 14 de abril. A conversa, que passa por temas diversos, como a organização comunitária, a importância de uma produção coletiva e a necessidade de metodologias alternativas para o saber acadêmico, traz um fôlego novo no momento em que parece ser quase impossível respirar.

Queremos ainda ressaltar que a organização desta revista, feita através de reuniõ2es remotas e encontros virtuais, dá início a um projeto coletivo, multidisciplinar e interinstitucional para a Revista Indisciplinar. Além dos editores, autores e pareceristas, contamos, nesta edição, com a participação de uma equipe de alunos da Escola de Arquitetura da UFMG e do curso de Letras do CEFET-MG, responsáveis pela revisão textual e pelo projeto gráfico e editorial da publicação. Gostaríamos de agradecer a todas as pessoas envolvidas neste trabalho e reafirmar a importância da produção científica comprometida com o diálogo, a democracia e a ética.

Editores Revista Indisciplinar

v. 6 n. 1 (2020): Revista Indisciplinar