Verão de Arte Contemporânea 2013

De Indisciplinar
Revisão de 11h38min de 23 de abril de 2019 por Indisciplinado (discussão | contribs) (Criou página com '500px|semmoldura|centro <br/> [https://www.facebook.com/media/set/?set=a.513556928735808.1073741838.425668724191296&type=3 Álbum de fotos]<br/> <br/>...')
(dif) ← Edição anterior | Revisão atual (dif) | Versão posterior → (dif)
Ir para: navegação, pesquisa
VAC2013.jpg


Álbum de fotos

As soluções para os problemas trazidos pelo crescimento exponencial das cidades implicam também o reconhecimento da existência de um sistema de privatização da vida perverso. Segundo o relatório das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), a América Latina aponta uma diminuição da pobreza, mas o Brasil, agora a sexta maior economia do mundo, mantém-se como o quarto país mais desigual do continente.

Para os arquitetos e urbanistas, parece ter chegado o momento de compreender que não basta produzir belas formas e edifícios funcionais ou até mesmo cidades limpas e organizadas. Nós participamos de processos de segregação social, muitas vezes sem nos perguntarmos qual o nível de envolvimento e responsabilidades que temos ao colaborarmos com as políticas desenvolvimentistas. Não estamos indignados com a constante perseguição aos moradores de rua? Com as intervenções monumentais nas favelas? Com a privatização desmedida dos espaços públicos? Com os aluguéis de praças e parques? Com os processos evidentes de expulsão dos pobres de locais estratégicos para o mercado imobiliário utilizando a arquitetura, o patrimônio, a cultura e o meio ambiente?

Há uma crise evidente de referências na produção cultural contemporânea. O belo saiu dos discursos teóricos oficiais, mas a ideia de monumentalidade, composição, expressividade e autoria está presente com muita força nas manifestações que envolvem a arte, a arquitetura e o design.

Onde estão os movimentos de resistência? Quais são as formas de militância coletiva a serem inventadas? E, já que o capital está em toda parte e constrói seus símbolos financiando tudo o que nos cerca, perguntamos: como é possível transgredi-lo?

Neste seminário pretendemos disseminar e debater novas formas de atuação em projetos que envolvem o urbano como um todo. Para isto convidamos pensadores e ativistas que defendem o uso coletivo do espaço, atuando ativamente em prol de uma cidade menos excludente e mais compartilhada. Não só de herança científica hegemônica se nutre a produção do conhecimento; há possibilidade de alianças entre saberes e formas de vida que possuem a potência do comum e se manifestam nos espaços sociais.

Em evidente sintonia com a crise internacional do sistema capitalista, percebemos a chegada de movimentos de militância e de produção de novos referenciais simbólicos que se reafirmam na flexibilidade e na intensidade de suas ações. Em Belo Horizonte os movimentos populares REAL DA RUA, PRAIA DA ESTAÇÃO, FAMÍLIA DE RUA/ DUELO DE MCS, BRIGADAS POPULARES, CARNAVAL DE RUA, dentre outros, demonstram a força da reação positiva aos processos segregadores que surgem como política pública e refletem um desejo obsessivo de desenvolvimento neoliberal. Mas, assim como o Império, as forças biopolíticas da Multidão também estão em toda parte, nos permitindo vislumbrar a possibilidade de se pensar a arte, a arquitetura e o design como dispositivos de políticas inclusivas, atuando através da capacidade de ativar processos criativos e libertadores. Este é o motivo deste Seminário, colocar na pauta cultural a defesa do direito irrestrito à cidade.

No primeiro dia do evento, na terça- feira, dia 29 de janeiro, a mesa redonda Biopolítica da Multidão que acontecerá no SESC/Paladium, pretende levantar uma discussão teórica sobre a importância dos movimentos populares de militância social na defesa do direito ao uso espaço público.

No segundo dia do evento, quarta-feira, dia 30 de janeiro, a mesa Espaço Indisciplinar vai reunir informalmente no Restaurante Popular Espaço Criativo, que ocupa a varanda do Edifício Maletta, pessoas interessadas em debater a resistência às formas de extremo controle dos espaços sociais urbanos.

No terceiro dia do evento, quinta-feira, dia 31 de janeiro, a mesa Ocupa BH acontecerá também no Restaurante Popular Espaço Criativo, e contará com a presença de representantes de diversos movimentos de ocupação espontânea que surgiram na cidade de Belo Horizonte nos últimos anos.”

PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO

O DIREITO À CIDADE : O QUE TEMOS EM COMUM

Curadoria: Natacha Rena (UFMG_BH)
Organização: Talita Lessa e Bruno Oliveira (RESTAURANTE POPULAR ESPAÇO CRIATIVO_BH)

DIA 29/01/2013 _ (terça- feira) _ Biopolítica da Multidão
local: SESC BH
18:20 _ Abertura da Mesa: Natacha Rena (UFMG_BH) e Mediação: Alemar Rena (UFMG_BH)
18:40 _ Bruno Cava (UNIVERSIDADE NÔMADE_RJ)
(http://www.quadradodosloucos.com.br/)
(http://uninomade.net/)
19:20 _ José Luiz Quadros (PÓLOS_UFMG_PUCMG_BH)
(http://joseluizquadrosdemagalhaes.blogspot.com.br/)
20:00 _ Alexandre Mendes (UNIVERSIDADE NÔMADE_ PUCRJ)
http://uninomade.net/

DIA 30/01/2013 _ (quarta-feira) _ Espaço Indisciplinar
local: RESTAURANTE POPULAR ESPAÇO CRIATIVO
18:20 _ Abertura da Mesa e Mediação: Marcela Silviano (PRÁXIS_ EAUFMG_BH)
18:40 _ Fernando Nogueira (Cidade e Alteridade_UFMG_ Direitos Humanos OAB_BH)
19:20 _ Felipe Magalhães (Geografia_UFMG_BH)
20:00 _ Ludmilla Zago (Cidade e Alteridade_Direito_UFMG_BH )

DIA 31/01/2013 _ (quinta-feira) _ Ocupa BH
local: RESTAURANTE POPULAR ESPAÇO CRIATIVO
18:20 _ Abertura da Mesa e Mediação: Bruno Oliveira (RESTAURANTE POPULAR)
18:40 _ Família de Rua
19:20 _ Real da Rua
20:00 _ Praia da Estação
20:40 _ Carnaval de Rua de BH